Messi e o elástico invisível

Messi brilhou na semifinal da Copa do Mundo (Foto: AFP/Adrian Dennis)

Já na prorrogação do jogo da vida, este velhote ainda sorri das mágicas peripécias protagonizadas por Messi em plena Copa do Mundo.

E agradeço ao destino me ter permitido ver em campo, na tv e no cinema seus mais ilustres predecessores.

A começar por Leônidas da Silva, o Diamante Negro, o Homem de Borracha, cuja despedida do futebol pude ver no Pacaembu, no jogo final do Paulista de de 1949 com o Corinthians, como presente de aniversário de 8 anos de idade do meu saudoso pai, que, por sinal, odiava futebol por considerá-lo fonte do fanatismo, o pior de todos os sentimentos humanos.

Em seguida, vieram Zizinho, o Mestre Ziza, o mais completo de todos os jogadores que desfilaram aos meus olhos deslumbrados.

Puskaz, Di Stfano, Maradona. uma fieira de craques inexcedíveis se sucederam, encabeçados, claro, por Pelé, o maior de todos até agora, que vi nascer no Santos e que torço neste momento pra sobreviver aos golpes do destino num leito de hospital.

Mas, vendo Messi arrasar a Croacia, nesta semifinal da Copa do Mundo, lembro de uma crônica do Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues, fundador do Jornal dos  Sports e maior incentivador da construção do Maracanã, que levou seu nome pra desespero do prefeito do Rio à época, em que ele falava de Rúbens, o Dr. Rúbis do Flamengo. Dizia Mário que entre a bola e os pés de Rúbens havia um invisível fio de elástico que os unia o jogo todo. A bola nunca escapava de seu domínio.

Esse é o maior segredo, dentre tantos, de Messi: a bola, esse objeto imprevisível, nega-se a escapar da canhota do genial argentino. Isso, lhe permite fazer com a bichinha tudo que se possa imaginar, como no terceiro gol da Argentina, finalizado por Álvarez. Bola quase perdida e recuperada pelo craque permitiu-lhe abrir várias brechas entre os defensores até rolar de graça ao companheiro decisivo.

Assim, Messi conduz sua Seleção à final da Copa do Catar contra França ou Marrocos, em sua última tentativa da merecida festa derradeira.

 

 

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