Isso, sim, é um jogo de futebol: bola de pé em pé, marcação avançada, poucas faltas, nada de cera, tudo intercalado por uma divertida e cerebral exibição de passes e lançamentos desses dois maestros do meio de campo – Ganso e Renato Augusto

E, não foi à toa que coube justamente a Renato Augusto abrir o placar, aos 33 do primeiro tempo, numa tabelinha esperta com Roger Guedes, timbrando o maior domínio do Corinthians sobre o Fludiniz nesta disputa por uma das vagas da decisão da Copa do Brasil diante do Flamengo.

Quer dizer: Renato Augusto, que vivo repetindo, ser meio time do Corinthians, pois é quem laceia a equipe toda com sua inteligência e movimentação sempre em busca do espaço vazio que lhe permite acionar os companheiros com inteligência e aptidão.

E assim ressurge um Timão coeso e ousado no ataque que só não ampliou a contagem na primeira fase por falta de pontaria de seus atacantes.

Já Ganso, com seu porte discreto, quase invisível em campo, diverte-nos quando, de súbito, surge do nada para executar passes inesperados com os mais diversos formatos, curtos e imediatos, longos e devastadores, enfiadas exatas ou cavadinhas surpreendentes.

E o curioso desse confronto foi o seu desenrolar. Se o Timão, na fase inicial, foi dominante, coube ao Flu pressionar ao longo de todo o segundo tempo, sem, contudo, conseguir a sólida defesa alvinegra; e, quando a bola varou acabou chocando-se no travessão num petardo de Árias.

Porém, nos últimos minutos, o Timão reergueu a crista com as entradas, sobretudo, de Adson e Giuliano, e ampliou o placar. Aos 46, numa troca de passe lancinante entre Adson e Yuri Alberto, a bola caiu nos pés de Giuliano que marcou o segundo gol alvinegro, seguido do terceiro, de Felipe Melo contra ao tentar cortar cruzamento de Adson.

Com essa formação inicial, sem lusitanas invenções, bem que o Corinthians pode enfrentar de peito aberto o Flamengo na decisão da Copa do Brasil, por que não?