Corre por aí que o técnico Silvinho será demitido em caso de derrota do Corinthians para o Inter, neste domingo.

Ora, ora! O Inter, que é bom time e joga em casa, vem num crescendo nas últimas rodadas, o que até lhe dá certo favoritismo. Trata-se de um clássico nacional, portanto, passível de qualquer resultado. Logo, não há a menor lógica em estabelecer esse confronto como decisivo para a permanência ou não de Silvinho à frente do comando técnico do Timão.

A não ser, claro, que seja algo acachapante, uma goleada histórica do Colorado, numa exibição deplorável do Corinthians, essas coisas.

Silvinho, como treinador de futebol, ainda não tem cartel. Começou outro dia, numa brevíssima passagem pelo Lyon, antes de desembarcar em Itaquera.

Chegando aqui, pegou um Corinthians extremamente fragilizado, temendo mesmo ter de passar o Brasileirão lutando pra não cair, e, mal ou bem, manteve seu time distante desse risco.

E, quando chegaram os reforços, conseguiu elevar o patamar do Timão, passando a brigar por uma vaga na Libertadores, antes de sofrer um vacilo e ser ultrapassado por outros adversários nessa busca.

Isso, escolhendo um modelo de jogo ofensivo, calcado no toque de bola e no passe refinado a partir de Cantillo, passando por Renato Augusto, Giuliano e William, em direção à movimentação e agressividade de Roger Guedes, além de abrir espaço para o menino GP, um canhoto hábil e bom finalizador.

Ah, sim, e ainda fixou João Vitor na zaga, uma promessa como poucas na posição.

Isso tudo, em meio à disputa, num calendário insano e baseando seu jogo em craques readquirindo sua melhor forma física e técnica, que não atuavam em seus antigos clubes por meses.

O que mais se pode exigir de um técnico de futebol?

Fala-se no retorno de Mano Menezes, profissional respeitável, que já deu títulos ao Corinthians e até chegou à Seleção.

Claro que Mano tem mais experiência do que Silvinho e, quem sabe pudesse dar outro ânimo à equipe, se esse for o caso.

Mas, desde sua saída intempestiva da Seleção Brasileira, Mano não conseguiu obter o mesmo desempenho de antes, nem quando de sua volta ao Corinthians. Tampouco, creio, seguirá o caminho traçado por Silvinho até aqui, posto que se trata de um treinador mais propenso a esquemas cautelosos e tradicionais.

Bem, nunca se sabe o que passa na cabeça do cartola brasileiro, geralmente um torcedor travestido de gestor, passível de reações mais emocionais do que racionais, além de vítima de pressões constantes das torcidas organizadas e de conselheiros.

Prefiro, porém, fiar-me nas informações do nosso Salazar prestadas ao Gazeta Esportiva de quinta-feira, segundo as quais, numa conversa com o presidente Duílio Monteiro Alves, recebeu dele a garantia de que Silvinho iria, no mínimo, até o fim do ano dirigindo a equipe. Afinal, faltam apenas dez rodadas, e, não faz sentido mudar agora de treinador.

Menos mal, menos mal.