Peixe em queda e um Fla-Flu histórico

Foto: Luiz Martini / América

O Santos não poderia dar a Pelé, que celebrava nesta noite de sábado seus 81 anos de vida, um presente mais melancólico do que essa derrota por 2 a 0 para o América mineiro, na Vila.

Não apenas por causa do resultado em si, mas, sobretudo, porque, dependendo do que ocorra neste domingo, o Peixe pode vir a arfar em águas rasas, beirando a queda no Brasileirão.

E, pelo que se viu do desempenho santista, se isso ocorrer, dificilmente essa turma terá forças interiores para escapar do pior. Pelo menos foi o que sugeriu sua atuação diante dos mineiros.

Já o Flamengo, que levou de 3 a 1 do Fluminense, tem um caminhão de desculpas à porta do Ninho do Urubu: jogou esfacelado, sem cinco titulares, mais Pedro, o reserva imediato de Gabigol, ambos contundidos, o que, aliás, vem ocorrendo com frequência nessa sua infausta tentativa de alcançar o líder Galo.

Além do mais, dominou o jogo de cabo a rabo, criou várias chances de marcar, em vão, e tomou três gols de contragolpe, dois deles de bela feitura, com o menino John Kennedy.

Mas, se clássico não segue nenhuma lógica do jogo, que dizer do Fla-Flu, elevado às nuvens onde habitam as lendas? Lendas perpetuadas pelos irmãos Grimm da crônica esportiva – Mário Filho e Nelson Rodrigues – que inventaram ou apenas difundiram o lendário Fla-Flu da Lagoa, jogo interminável em que a bola era jogada na Lagoa Rodrigo de Freitas a cada movimento dos jogadores.

Como tantos outros Fla-Flu, o deste sábado também ocupará um espaço mágico na memória dos tricolores.

Mesmo porque, como dizia Nelson Rodrigues, o Fla-Flu não tem começo e nunca acaba.

Foto: Lucas Merçon/Fluminense

NA LINHA DO GOL

Que delícia acompanhar o campeonato inglês! Sejam os jogos entre grandes e pequenos, os clássicos ou até mesmo quando dois menos qualificados se enfrentam. Veja ou reveja o encontro entre Watford e Everton. Foi lá e cá o tempo todo, e o Everton, mais afamado, vencia por 2 a 1, no segundo tempo, quando o Watford, com três gols de King, virou pra 5 a 2, com direito a dois gols perdidos.

Pouco antes, o Chelsea venceu por 7 a 0, dando show, e, em seguida o Manchester City bateu o Brighton por 4 a 1, num jogo extraordinário, em que a posse de bola esteve dividida – 50 por cento pra cada um, coisa raríssima em se tratando dos times de Guardiola. Time que habitualmente ocupa meio campo e não comete maisdo que cinco faltas por partida. Ah, sim, embora jogando com apenas um volante de ofício, o City é a defesa menos vazada de um campeonato jogado pra frente, por todos, grandes ou pequenos. Por que cargas d’água, o brasileirinho que gosta tanto de imitar os lá de fora, não se mira nos ingleses pra mudar o braço dessa viola desafinada que nos toca a cada rodada?

Foto: Adrian Dennis/AFP

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