Massacre tricolor

Foto: Rubens Chiri/SPFC

Tava de ouvido no Mesa Redonda do Flavinho e participando quando chamado, mas de olhos pregados na tv emudecida pra não confundir minhas eventuais falas no programa.

E o que vi foi um verdadeiro massacre técnico e tático do São Paulo sobre o Mirassol, pelas semifinais do Paulistinha.

Não digo isso pelo fato de que o Tricolor goleou por 4 a 0, fora mais três ou quatro chances de ampliar o marcador. Falo é da maneira como o São Paulo construiu essa goleada: bola no chão, troca de passes rápida, fluência na passagem da defesa para o ataque, essas coisas básicas que nossos times não conseguem reproduzir em campo, preferindo mais é lançar bolas longas da defesa ao ataque pra garantir a sustentação de sua linha defensiva.

É o que faz a diferença entre esse São Paulo do Crespo e o Palmeiras do Abel que vão disputar o título paulista em dois jogos brevemente.

Enquanto o Palmeiras, dono de um elenco maior e mais qualificado do que seu rival, baseia-se no conceito da retranca partindo para os contragolpes em bolas alongadas para a velocidade de Rony e cia. bela, o Tricolor de Crespo busca o jogo jogado, os passes rápidos, o envolvimento e as súbitas mudanças de posição de seus  jogadores de meio-campo e ataque.

Nesse jogo da noite de domingo, destaque pra Sara, que voltou liso e criativo, autor de um dos gols de seu time (os outros foram de Arboleda, Pablo, com a conivência do zagueiro oponente, e Luciano). Assim como merecem menção Benitez e seus passes exatos e surpreendentes, e Léo que supre sempre a ausência de um a mais no meio de campo por conta do sistema de três zagueiros.

Quem se sairá melhor, afinal, desses confrontos decisivos. Só a bola guarda esse segredo a sete chaves.

3 comentários

  1. Foi uma bela vitória do tricolor, não resta dúvida, mas esse comentário do prezado Helena me faz reportar ao ano de 1974, quando a Holanda também “flutuava em campo” , com o extraordinário Johan Cruyff na equipe. Não que tenha vivido esses momentos, mas por pesquisas através do Youtube, trago aqui uma descrição da participação da Holanda no mundial daquele ano.
    A trajetória na Copa do Mundo de 1974 foi uma das eras mais ricas na história dos holandeses. Mesmo não conquistando o torneio, a Holanda de Cruyff revolucionou o futebol, com um futebol maravilhoso. Ao lado do técnico Rinus Michels, o craque fez com que o futebol de seu país e de grandes clubes da Europa nunca mais fossem os mesmos.
    Apresentando um jogo diferente e de grande técnica, a Holanda – que fazia décadas que não participava de uma Copa do Mundo – estava na briga por uma final. Mas precisava passar por Argentina, Alemanha Oriental e o Brasil. Contra os argentinos, uma aula de bom futebol, com os holandeses vencendo por 4×0. Contra a Alemanha Oriental, mais uma vez a equipe laranja flutuou em campo, vencendo por 2×0. A cada partida o sonho de jogar a final ficava mais próxima. Restava apenas ganhar da atual campeã: a seleção brasileira. Numa partida histórica, a Laranja Mecânica mais uma vez mostrou sua força e venceu por 2×0.
    O sonho se tornou realidade e a Holanda estava na final da Copa do Mundo pela primeira vez. O desafio era vencer a Alemanha Ocidental, que jogava em casa. Nos dois primeiros instantes de jogo, sem que os alemães encostassem na bola, Cruyff partiu para o ataque e sofreu pênalti. Gol da Holanda, convertido por Johan Neeskens. Tudo indicava que o título ficaria com os holandeses, mas a Alemanha respondeu com outro gol de pênalti, de Paul Breitner. Antes mesmo que o primeiro tempo acabasse, os alemães viraram o jogo com o gol de Gerd Müller, aos 43. A Holanda ainda lutou por mais 45 minutos, mas a Alemanha segurou a pressão e venceu a final por 2×1.
    Com esse exemplo da Holanda, o quero dizer é o seguinte. O São Paulo, segundo seu conceito, está jogando um futebol maravilhoso, fluindo em campo, com todas as peças sendo encaixadas pelo mestre argentino Crespo e funcionando perfeitamente tal qual um relógio suíço, com craques de primeiro mundo e o Palmeiras, ao contrário, jogando um futebol feio, de retranca armada pelo português Abel e tentando a sorte por uma bola e jogadores nem tão bons como o do tricolor. Mas esse exemplo da maravilhosa Holanda , perdendo um título do mundial de 74 para a aguerrida e também com um futebol nada vistoso da Alemanha na época, prova que, na hora do vamos ver, o buraco é mais embaixo e vai ganhar aquele que for mais eficiente e não o que joga mais bonito e “flutuante”. Mas vai ser um encontro entre dois gigantes e seja quem for o campeão, o título estará em boas mãos.

    1. O amigo, que parece já andou por aqui, comete um equívoco: eu estava lá e vi uma Alemanha igualmente poderosa e de futebol brilhante, com seus Beckenbauer, Overath, Gerd Muller e cia. Assim como a Polônia, de Deyna etc. Aliás, foi a última Copa do Mundo bem jogada tecnicamente que assisti até hoje.
      Abraços laranjas

      1. Olá Aberto Helena. Não, não andei por aqui pessoalmente, somente estou
        substituindo alguem que já andou e foi fazer uma longa viagem para os EEUU e talvez nem volte mais. Espero que não se incomode de minha participação em seu blog. Então, mas o fato da Alemanha também ter sido brilhante apenas reforça minha tese de que não só o futebol do São Paulo é forte, o do verdão também é e o jogo vai ser “tete á tete” abçs

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