As palavras e a bola

De volta, Abel prepara Palmeiras para primeira final da Recopa (Foto: Divulgação/Cesar Greco)

Abel Ferreira voltou de Portugal e não perdeu o lugar, como sugeria o velho provérbio. Mas, perdeu uma boa chance de afiar esse excelente time palmeirense para as duras batalhas que aí vêm. Afiá-lo no sentido de obter a exata harmonia entre o pragmatismo e o romantismo, segundo as definições do próprio treinador exaradas na sua primeira entrevista ao chegar à Barra Funda.

Confesso que não me soam bem essas definições, pois pragmatismo, em geral, se traduz por aqui como a velha e surrada retranca, ou, pra adotarmos termo em voga – futebol reativo. Assim como romantismo me remete, na terra do bravo treinador, a Garret e Alexandre Herculano, pioneiros nessas artes de encarar a vida com suspiros do ideal irrealizável. – o amor impossível e tal e cousa e lousa e maripousa, como nos versos adonirescos do monólogo Ô, Pobrema da Habitação!

Prefiro encarar essa questão com um viés pós-moderno, expresso no jogo fluente, agressivo, funcional e encantador de um City atual, de um Bayern, algo desse tipo, em que o tal equilíbrio entre defesa e ataque se dá lá no campo do adversário, perto da área inimiga, o tempo todo, com cientes trocas de passes e muita infiltração, em que o drible e as jogadas inesperadas quebram constantemente o roteiro e a alma do oponente.

E aqui volto ao batido bordão: para tanto, um volante de bom passe apenas é mais do que suficiente. No City, quando não Rodrigo ou Fernandinho, basta um meia hábil, tipo Gundogan por ali. No Bayern, reina apenas um Kimmich cheio de recursos.

Não é o que se tem visto no atual Palmeiras, que se sustenta por tantos títulos conquistados e nem tanto pela beleza de suas jogadas essencialmente ofensivas. Entre outras coisas, porque Abel insiste na presença de dois ou três volantes dentre os quatro de que dispõe (Felipe Melo, Patrick, Danilo e Menino), quando poderia recuar Felipe Mello para a zaga, como o fez com êxito Luxemburgo, abrindo espaço no meio de campo para outro meia, tipo Scarpa ou Lucas Lima.

É verdade que ambos, quando acionados, raramente produzem o que são capazes.

Mas, enfim, é dever de todo técnico de futebol buscar a excelência, assim como do cronista exigi-la de um elenco tão valioso. Independentemente das expressões usadas nas entrevistas.

 

 

 

 

4 comentários

  1. Helena esse portuga tá é dando sorte isso sim. Guarani da capital nao joga xongas nenhuma. E a mesmice de sempre.
    Realidade é perder para o Tigres e passar vergonha hehehehe

    1. Alberto Helena Jr.

      Queria perguntar ao Tião Fiel como ele se sente fazendo parte do grupo do bilhão ao lado de Cruzeiro, Botafogo, Atlético Mineiro cada um com uma dívida desse porte ou maior até, fosse a nossa justiça séria e o timeco de itaquera já teria fechado com todos aqueles vagabundos que todos conhecemos atrás das grades, mas chegamos lá se Deus quiser, você Tião vai fazer parte da vaquinha do timeco de itaquera e se vai será o quê, o rabo talvez…..rindo até 2026. Saudações palmeirenses.

  2. Bom dia Alberto Helena
    Um comentario sobre o Corinthians, eu nao sou Brasileiro mas notei que se um time ede futebol nao tem estadio aqui neste pais e um grande problema. E motivo de grandes piadas para os concorrentes, tendo em visat esta visao o Corinthians que poderia ter arrendado o Pacaembu por muitos anos e ter se livrado desta divida, foi justamente ao contrario do fluxo de todos times tanto da Europa, como EUA nem todos tem estadios, veja o Rio de Janeiro, Falmengo tem estadio, Fluminense, Botafogo? Nao, e importante? eu nao acho.
    O que vai acontecer com o Corinthians, vai despencar por ma gestao, e administracao.
    Bem falava minha avo mais vale um inquilino rico do que um patrao pobre, o Corinthians virou o patrao pobre, qual a solucao? Vende o estadio.

  3. Alberto Helena Jr.

    Não entre na pilha de pseudo jornalistas como o bambi Arnaldo Ribeiro ou o flamenguista Mauro Cesar Pereira, que usam da prerrogativa de terem veículos de comunicação a seu dispor para destilarem a sua inveja e recalque em relação ao Palmeiras, essa conversinha de que o Abel não joga bonito ou que perdeu muito tempo em Portugal, por sinal gozando de merecidas férias para rever sua família, é tudo conversa de quem está temendo por mais uma temporada como fez o Verdão em 2020/2021 em que ganhou e foi campeão de quase tudo que disputou, acho que eles nunca ouviram falar de computador, vídeo conferência, skype, e outros meios tecnológicos para acompanhar o time a distância….sabem de nada inocentes…agregue Alberto opiniões boas e sensatas ao invés de ódio e inveja destilados por esses dois, não é a toa que os dois já foram escorraçados da ESPN para não mais voltar e não adianta seu Arnaldo Ribeiro correr para ao Sport tv, que pertence ao grupo Globo a beira da falência…..boa sorte para os dois….só que não….rindo até 2026. Saudações palmeirenses.

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