E o Palmeiras replicou no Parque o  que o São Paulo havia feito pouco antes no Morumbi: – tocou a bola pra cá, pra lá, pra cá, pra lá, e nada A diferença abissal entre os dois grandes rivais é que o Verdão, no finzinho, acertou duas bolas nas redes do Santo André e segue em direção às semifinais.

A primeira, aos 42 minutos, quando Felipe Melo tocou de cabeça corner batido por Lucas Lima, bola que se desviou na cabeça de um defensor, tirando o goleiro da jogada. A segunda, já nos acréscimos, com Marcos Rocha, na posição de centroavante, colhendo rebote do goleiro.

Vencer é sempre bom. Essencial, numa competição. Sucede que futebol não é somente uma competição. É também um jogo de sutilezas, que exige habilidade dos jogadores e movimentação sincronizada do coletivo, destinado a iludir o adversário e criar o maior número de chances de gol, aumentando assim as possibilidades de vitória.

Pois, o Palmeiras, coletivamente e individualmente, não atendeu ao mínimo essas exigências.

Claro, neste momento único da vida brasileira (e mundial), não se pode exigir muito mais de Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians, pra ficarmos por aqui.

Mas, há situações que chamam a atenção. Por exemplo: o Verdão entrou  em campo com três volantes (Ramires, Patrick e Menino). No segundo tempo, entraram dois meias (Lucas Lima e Scarpa), mas saíram um volante (Patrick) e um atacante (Rony). O lado esquerdo do ataque verde virou um deserto absoluto, enquanto Scarpa, canhoto, poderia ocupar aquela posição.

No entanto, Luxa preferiu colocar outro zagueiro (Luan), avançando Felipe Melo pra posição de volante, ao lado de Bruno Henrique, outro jogador com essas características e vocação.

Resultado: o jogo do Verdão se arrastou na mesma lenga-lenga até os minutos finais, quando alcançou os dois gols salvadores.

Os técnicos brasileiros, veteranos ou iniciantes, relutam mesmo em mudar o braço dessa viola desafinada e gasta pelo tempo e pela falta de imaginação.