Outro show do City de Guardiola

(Foto: Michael Regan /POOL/AFP)

Enquanto na terra da gripezinha, que já é vice-campeã de mortos e infectados, o futebol segue de quarentena, quebrada apenas no Rio, em meio a uma tremenda bagunça entre clubes, federação e governos, nos principais centros da Europa a bola rola, com as devidas precauções, claro.

Mas, com a bola rolando, o City de Guardiola não se reveste de precauções táticas excessivas, como os nossos times em geral, exceção feita ao Flamengo de Jesus, diga-se. Ao contrário: vai pra cima do adversário, tocando a bichinha com ciência e despudor.

Assim foi diante do Arsenal, outro dia. E, nesta segunda, massacrou o Burnley, que se não é um dos grandes também não circunda a zona iluminada pela lanterna fatal. Resultado: 5 a 0 e poderia ter sido de sete ou oito, dadas as oportunidades perdidas.

E olhe que estava com mais de meio time reserva em campo.

E aqui entra um dado que o aproxima do Bayern, outra sensação da volta da pandemia: ambos são, dos grandes europeus, aqueles que têm um quadro de reservas à altura dos titulares, o que lhes permite manter o mesmo modelo de jogo, seja como for.

Na goleada sobre o Burnley, por exemplo, o menino Foden, autor de dois gols, foi celebrado como o melhor em campo. Isso dito diante de um De Bruyne, que entrou no segundo tempo, de um David Silva e tantos outros craques do City pode até soar como heresia.

Pena que Sané, ausente há meses por contusão renitente, já esteja arrumando suas malas pra deixar Manchester. Pra onde? Não se sabe ainda. Mas, adianto que cairia como uma luva no ataque do Barça, onde nem o brasileiro Coutinho, nem o francês Griezman, badaladas contratações recentes, se criaram.

A obsessão catalã, porém, é Neymar, embora um não exclua o outro, a meu ver. Imagino Sané, com seus dribles em alta velocidade pela esquerda, e Neymar por dentro criando ao lado de Messi, no lugar daqueles tantos volantes sem imaginação como Vidal, Artur etc.

Em todo caso, a gente aqui, na penumbra do isolamento, vai colhendo as centelhas de diversão que a tv nos oferece lá do outro lado que alguns chamam de Velho Mundo. Se assim é, que dizer deste nosso mundinho, dominado pela endemia da burrice, e que caminha rapidamente para a Idade das Trevas?

 

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