Noites Brasileiras

Foto: Raul Arboleda/AFP

Noites brasileiras, numa referência ao antológico choro do saudoso amigo e genial músico Jacob do Bandolim: Noites Cariocas. Afinal os seis brasileiros que estrearam na Libertadores saíram de campo vitoriosos.

Aliás, até poderia ser uma homenagem ao super campeão Flamengo, que foi a Barranquilla e venceu o Júnior por 2 a 1. Mas, espie só a cara do murruga que revolucionou nosso atual mesquinho futebol. Tá bravo o Jesus, por certo, pois a vitória é pra ser celebrada,. mas o desempenho… Foi, pela primeira vez, nesta fase faustosa do Rubro-Negro, o anti Flamengo. Um time vivendo de chutões erráticos e todo aquele repertório de conceitos e posturas condenáveis na maioria dos nossos times há, por baixo, duas décadas.

Mas, aí é que entra outra qualidade desse time: a alta qualidade técnica de seu elenco, expressa nos dois gols de Everton Ribeiro. No primeiro, Arrascaeta escapa pela esquerda e cruza pra Everton tocar no canto do goleiro; no segundo, Gabigol lança Michael (demorou pra entrar em campo, diga-se) que se livrou da zaga e cruzou na medida para o artilheiro da noite tocar às redes vazias.

Mas, tão surpreendente quanto o desempenho frustrante do Fla, foi a atuação quase perfeita do Furacão, na véspera, diante do Peñarol, que sobrevive do passado. O resultado foi magro, mas a performance foi de se tirar o chapéu para uma equipe tão desidratada de seus principais jogadores ainda outro dia.

Foto: Juan Mabromata/AFP

Já a vitória do Santos, de virada, sobre o Defensa y Justicia, serviu basicamente pra dar um descanso ao técnico Jesualdo Ferreeira, tão acossado nos últimos dias, pois os dois gols peixeiros saíram dos pés dos substitutos Jobson e Kaio Jorge.

Quem, aliás, não precisa de apoio é Renato Gaúcho, cujo Grêmio foi a Cali e de lá voltou com tranquilos 2 a 0, dada a superioridade do Imortal sobre o Diabo América. Vitória que ainda mais atiçou o Grenal que atravessa o Guaíba e abrange a América, pois o Inter também venceu – a Universidad Católica – com dois gols de Paolo Guerrero qua andava na maior seca até então.

Por fim, o Verdão, com algumas mudanças pontuais mas que afetaram o conjunto da obra de Luxa, desdentou o Tigre em sua jaula: 2 a 0, com direito a golaços de Luís Adriano e William.

Não foi, porém, uma exibição notável do Palmeiras, não, senhor. Com o volante Ramires no lugar de Zé Rafael, e a passagem de Dudu para o meio a fim de abrir espaço para Rony, o time não desenvolveu aquele jogo mais coeso e divertido de três ou quatro partidas anteriores.

Mesmo assim, venceu com certa tranquilidade, entre outras coisas, porque o adversário teve um jogador expulso. E o resultado poderia ter sido ainda mais folgado se o juiz desse aquele pênalti em William, no desfecho da partida.

Mas, enfim, Libertadores é isso mesmo – o que vale é vencer. E os brasileiros saíram pelas duas últimas noites cantando vitória.

Foto: Juan Mabromata/AFP

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