O Palmeiras saltou da depressão para o chilique. Felipe Melo, como sempre puxando o cordão das reclamações, muitas faltinhas, um time desconexo, que, se sabia se defender bem antes da parada da Copa América, desta vez, nem isso. Resultado: 2 a 0 para o Ceará, em Fortaleza.

Só para o amigo ter uma referência, espie só o gol de abertura: Mateus Gonçalves atravessa na paralela toda linha da grande área verde, coalhada de beques e volantes, até servir um companheiro que chuta da esquerda pra bola voltar ao mesmo Mateus, primeiros os teus, como reza o velho livro – uma pancada no cantinho de Weverson.

Isso ainda no primeiro tempo, quando o Verdão começou pressionando, mas logo aos 15 já começava a ceder espaços para o frágil Ceará.

No começo do segundo, Felipão começa a mexer no time. Troca Scarpa por William.

O que isso representa? Simplesmente que há algo de errado no conceito felipesco de jogo. Afinal, nenhum meia-armador, por mais refinado que seja, resiste a esse jogo de ligação direta entre defesa e ataque, em que esse meia fica com torcicolo, só espiando a bola voar sobre sua cabeça como um disco voador. Lucas Lima já dançou e agora dança Scarpa.

No entanto, há lugar para mais um volante – o estreante Ramires -, embora Bruno Henrique nem esteja defendendo com vigor, nem armando com ciência. E Ramires no lugar de quem? De Dudu, o último dos atacantes verdes a quem se apela nas horas críticas.

E, nesse troca-troca, o Ceará coloca em campo Leandro Carvalho, que, na primeira intervenção, mete um golaço, por cobertura, selando o jogo e semeando mais perturbação nesse Palmeiras que vinha de vento em popa, sem brilhar, é verdade, até a parada da Copa América.