Equilíbrio, uma ova!

Foto: Vitor Silva/SSPress

Equilíbrio é a palavrinha mágica presente em todos os discursos dos nosso treinadores. Todos asseguram que, independentemente do esquema de jogo adotado, eles buscam o tal equilíbrio, termo oriundo do latim que dispensa maiores explicações sobre seu significado.

E como transportar essa palavrinha para o futebol? Simples: basta espiar o campo do jogo, dividido em duas partes por uma linha central. Deste lado, a defesa; do outro, o ataque, certo?

Então, façamos uma continha simples de dividir um time em duas partes: a defesa e o ataque. Como um time de futebol é composto por um número ímpar (11) e não se pode cortar ao meio um dos jogadores pra conta ser exata, façamos assim: cinco na defesa, cinco no ataque e um fio condutor entre as duas partes, que seria esse excedente.

Na defesa, o que temos? O goleiro, que hoje em dia atua até mesmo como líbero, e mais quatro defensores; portanto cinco. No ataque, cinco atacantes, óbvio. E entre ambas as partes, ligando-as, o volante que vola, voa, flutua, vai e vem, ora ajudando a defesa; ora, o ataque.

Esse seria o sistema racional, matemático,  pra se obter o tal equilíbrio tão decantado pelos professores do nosso joguinho de bola, embora não se trate de pebolim e sim de futebol humano onde os caras se movimentam pra frente, pra trás, pros lados, de acordo com os caprichos da bola.

Mas, é isso que o amigo vê em campo?

Não! O que o amigo vê é um desequilíbrio gritante, pois nossos times, com raras exceções, concentram atrás não apenas cinco defensores, mas, no mínimo seis, quando não sete ou oito, dependendo do número de volantes e zagueiros escolhidos pelo treinador em pauta.

A deformação chegou a tal ponto que os extremas passaram a ser chamados pela mídia esportiva de meias e o centroavante de atacante, por ser o único com essa função claramente definida.

Tudo bem: essa parece ser a única equação encontrada pelos professores para estragar o espetáculo e obter resultados pífios. Pois é bom ressaltar que, se a imensa maioria dos nossos times, grandes e pequenos, joga assim. No fim das contas, o resultado beneficia só um, o campeão; o resto é feito de perdedores, que no confronto dos números, vencem por 19 a 1.  Ou melhor, o tal futebol de resultado, perde por 19 a 1.

Já que assim é, pelo menos, que os nossos professores retirem de vez o termo equilíbrio de suas furadas explicações.

 

 

 

 

6 comentários

  1. Nobre, Helena Júnior, pouquíssimas pessoas, que ocupam o cargo de treinador, técnico, como queiram, merecem o elogio, a distinção ” professor ” . Além de Johan Cruyff, citado no brilhante texto do Nobre, Flávio Prado, Brandão, Telê Santana, Pep Guardiola, Sampaoli, Fernando Diniz, e mais um ou dois, que eu tenha esquecido! E ver jogadores, e muitos profissionais da mídia, tratarem por, professor, os demais, que podem ser bons pais de família, serem honestos, honrados, mas que em relação, ao ofício da bola, podem quando muito, serem aspirantes a aprendizes. Isso se deixarem de lado a teimosia, a arrogância, e prestarem bastante atenção, bastante atenção, como fazem aqueles alunos que desejam aprender ,,, Outro absurdo, é chamar de, volante, esse monte de beques, que vestem a 5 ,a 8, e até a 10 ! ( como já tivemos o desprazer de ver ), e que só “sabem” marcar, marcar,marcar, e quando a bola chega a seus pés, perde o sentido ! Volantes, de verdade, Dudu, Clodoaldo, Afonsinho, Toninho Cerezo, Rincón, Cristian .

  2. Bom dia Sr. Helena,

    Por falar em equilibrio, onde está o Vampeta? Saiu do Mesa Redonda?
    Se for possível responder, agradecemos….

  3. Bom dia Sr.Alberto,
    Por falar em equilíbrio, onde está o Vampeta? Não o vemos mais no Mesa Redonda?
    Se for possível responder, agradeço..

  4. Caro Helena: na realidade, o maior motivo de vermos tantos defensores e volantes é a decisão da FIFA de conceder 3 pontos ao time vitorioso. Se isso funcionou bem na Europa, isso é problema (ou solução!) deles. Aqui abaixo do Equador, os treinadores, para manter seus vínculos contratuais, “armam” seus times para – inicialmente – não tomar gol. Se tomar um gol, desgraça total, pois há necessidade de mudar todo o combinado no vestiário e, de uma forma ou de outra, partir para um possível empate. Por outro lado, o time que fez o gol arma-se mais ainda na defesa, procurando a todo custo manter o resultado de parco 1 a 0 que, em qualquer análise, lhe dará TRÊS PONTOS.
    Resultado: um jogo muito parecido com o futebol (europeu) que, devido às características de nosso povo (refiro-me à malandragem, claro!) é considerado por nossos dirigentes e analisado por nossos comentaristas como tal: futebol.
    Futebol? Claro que quase é! Mas o que vemos é uma sequência de malandragens que envolvem atletas que, a qualquer choque, caem como se tivessem sido atropelados por um bonde, paralisando a partida por dois ou três minutos, para serem “atendidos” (todo mundo, entre torcedores presentes, espectadores da TV, demais atletas, massagistas, médicos, arbitragem etc, sabe que o atleta quis apenas paralisar um contra-ataque do adversário, mas….!!!). São então transportados para a lateral, recebem o espreizinho milagroso, ficam de pé e novamente balançam desbragadamente as mãos até que o árbitro autorize seus reingresso ao “jogo”.
    Há outras maneiras de se fazer cera, que são tão eficientes a ponto de as TVs darem todo tipo de estatística sobre o “jogo”, menos o tempo real de bola em jogo. às vezes, ela disfarça e “informa” oralmente a percentagem. Por que não informa o tempo de bola em jogo? Para não levar ao espectador a ideia de que ele está sendo iludido, pois assistirá a muito menos que os 90 minutos de bola em jogo..

  5. Só concluindo: a FIFA deveria dar o 3º ponto somente ao time que vencesse fazendo 3 gols ou mais (como foi um Paulista de Aspirantes na década de 1990) ou vencesse por diferença de 3 ou mais gols. Aí os times iriam para frente, em busca do 3º ponto.

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