Espantando o medo – Parte II

(Foto: Olaf KRAAK / ANP / AFP)

O Ajax, sob a direção de Rinus Mitchells e comandado em campo por Crujyff, foi a semente do chamado Futebol Total, Carrossel Holandês ou Laranja Mecânica que surpreendeu e encantou o mundo na memorável Copa de 74, mesmo sem vencê-la.

O último Ajax que produziu tal sedução foi o de 94, campeão europeu e do mundo, dos gêmeos De Boers, Seedorf, Davids e um ataque arrasador formado por Finedi George, Kanu, Kluivert, Litmanen e Overmars, escalados assim mesmo, com cinco, ao estilo da antiga Pirâmide Invertida dos primórdios do futebol.

Depois de longo período na penumbra do futebol europeu, o Ajax ressurgiu nesta temporada como a grande sensação da Liga dos Campeões, com um jogo ao estilo daquele que o consagrara lá atrás.

Ainda neste sábado, tava aqui vendo o Ajax golear o Excelsior, pelo campeonato holandês, por 6 a 2. E lembrei da nossa conversa da véspera, quando replicava as críticas feitas pelos pragmáticos de plantão que criticavam o Flamengo por não ter baixado a bola quando vencia o San José por 3 a 1, com um jogador a mais, pela Libertadores, colocando em risco a vitória já assegurada, em busca dos 6 a 1 finais.

Pois, eis que o Ajax dispara, ainda no primeiro tempo, 3 a 0 sobre o frágil adversário. Frágil, mas capaz de dar algumas estocadas perigosas. Numa delas, reduz o placar pra 3 a 1.

Êpa, exclamaria o pragmático de plantão, sinal de perigo! Tá na hora de reduzir a marcha, e transformar o jogo naquela modorra de passes laterais na defesa, deixando o tempo se escoar junto com a paciência do espectador.

Bem, isso vale aqui. Lá, não!

O Ajax, ao contrário, seguiu pressionando o adversário, encurralando-o em seu campo defensivo e disparando a goleada que chegou a 6 a 1, antes de o Excelsior, numa daquelas escapadas citadas, reduzir para 6 a 2. E, até o apito final, foi assim: o Ajax buscando o sétimo selo e quantos mais fossem possíveis.

E olhe o amigo que no meio de semana, os holandeses definirão sua vaga na Liga dos Campeões contra nada menos do que a Juve de Cristiano Ronaldo e cia. bela. Teria, portanto, mil motivos pra reduzir seu ímpeto quando o placar já estava definido. Mesmo porque o sinal de advertência foi dado com a precoce saída de De Jong, o garoto-surpresa já contratado pelo Barça, sentindo algum incômodo muscular.

Mas, como domar a natureza ofensiva de um time sem medo como o Ajax?

Pelo que, a torcida e os verdadeiros amantes do futebol, agradecem.

 

 

 

 

2 comentários

  1. E’ Alberto vcs falam do futebol Brasileiro está mal. ,nunca o Brasil teve tanto jogador jogando nos grandes times,tem otario que fala do Fred,Fernandinho poxa os caras são titulares dos 2 maiores clubes do mundo,vcs falam do Dudu,Ademir,Zito,Neto esses caras nem de Roupeiro ,na liga da Rainha

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