Como vão jogar São Paulo e Corinthians na abertura da decisão do Campeonato Paulista?

SÃO PAULO

A feliz ascensão dos meninos de Cotia, sobretudo o meio de campo formado por Luan, Liziero e Igor Gomes, deu ao Tricolor, vítima de atrofia atroz e congênita na passagem de bola da defesa ao ataque, a leveza e a habilidade que transformaram decisivamente a dinâmica da equipe.

Junte-se a eles outro garoto da base, veloz, hábil e atrevido, como Antony, aberto pela direita, e caiu a sopa no mel para o técnico Cuca, que cultiva um jogo rápido e ofensivo.

A escalação habitual do São Paulo seria no clássico 4-3-3. sistema, aliás, adotado pelas principais equipes da Europa, como City, Bayern, Barça, Real, Ajax, Liverpool etc. Mas como Pablo acabou vetado, então a coisa muda um pouco de figura, provavelmente com a entrada do outro Felipe, o que dará mais fluidez ao ataque tricolor do que se a opção for Carneiro, um centroavante típico.

Mas, caso Cuca opte pelo retorno de Hernanes,  um volante por formação mas já sem a energia necessária para exercer essa função, então, o São Paulo passaria a jogar num 4-4-2, com a provável saída de Everton, que. depois de longa recuperação, ainda não está jogando o que sabe.

CORINTHIANS

 

Desde Mano, passando por Tite e chegando a Carille, o Corinthians não tem alterado sua forma básica de jogar, embora seja perceptível o desejo do atual treinador de imprimir um tom mais agudo ao time que tantas conquistas obteve nesse diapasão, sem, contudo, agradar aos verdadeiros amantes do futebol mais vistoso e sedutor.

É que esse 4-1-4-1 adotado há tempos pelo Corinthians, claro, prioriza a defesa, provocando aquele jogo de bolas esticadas ao ataque e uma vela acesa ao goleiro Cássio, o grande sustentáculo, no fim das contas, desse sistema.

Carille tenta mudar o braço da viola, sem êxito até agora, com um ataque formado por três avantes de fato – Love, Gustagol e Clayson, em busca do 4-3-3. Mas, a passagem de bola da defesa ao ataque emperra num meio de campo pouco inspirado, com Ralf, Urso e Sornoza. Dos três, Urso é o que mais se projeta ao ataque, mas sem a ciência do passe inesperado. Sornoza se esmera nas bolas paradas e Ralf é tão-somente um cabeça de área, protegendo os dois zagueiros.

Com essa formação de meio de campo, a tendência, no transcorrer da partida, é a de atacantes como Gustagol e Love se transformarem em defensores, como ocorreu contra o Santos, no último embate alvinegro.

Pedrinho, que poderia dar outro dinamismo ao meio de campo é quase sempre escalado na ponta-direita, o que mantém o mesmo cenário tático.

Só que Carille, na quinta-feira, fez uma experiência no treino que pode alterar a dinâmica da equipe: o volante Ramiro, no lugar de Love, e Jadson, no de Sornoza. Dessa maneira, o Corinthians ganha mais consistência defensiva pela esquerda e um passe melhor no meio de campo.

Enfim, é de se ver como o confronto dos dois sistemas se desenrolará, já que, como disse, não se trata de pebolim e sim de um jogo de futebol de verdade com todos os fatores aleatórios de que é composto.