Timão e Verdão: reajam!

Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Corinthians e Palmeiras, os dois grandões paulistas que tropeçaram na estreia do campeonato estadual, voltam à cena nesta quarta-feira contra dois times do Interior que fizeram história no passado, mas que hoje em dia pouco representam no cenário nacional:

Quem não lembra com nostalgia daquele Guarani campeão brasileiro de Zé Carlos, Zenon, Renato Pé Murcho, Careca e cia. bela? E do Botafogo de Zé Mário, Sócrates e Geraldão?

Mas, isso ficou lá no passado, há quatro décadas.

É verdade que não tenho visto esses dois times tradicionais de São Paulo jogando ultimamente. Quem sabe venham aí com auspiciosas novidades, não é mesmo? Contudo, o percurso de ambos nos últimos anos não sugere muito isso.

Já o Palmeiras, por exemplo, enverga a faixa de campeão brasileiro, dispõe de um elenco invejável, um treinador experiente, adorado pela torcida verde, mas estreou mal no Paulistinha. Coisas do ofício, já que, apesar de manter toda a estrutura do ano passado, falta ainda ajeitar todas essas peças ilustres, carentes até mesmo de um preparo físico adequado.

O certo é que Felipão pretende manter o rodízio adotado com êxito ao longo do Brasileirão.

Claro: afinal pra que serve aquele contingente respeitável de atletas à sua disposição?

Permita-me, porém, o amigo inserir uma pontinha de dúvida nesse conceito.

Num calendário que não abre espaço para treinamentos coletivos, aquele que harmoniza de fato uma equipe, as alternâncias de escalação, frequentes, só trabalham no sentido contrário – a desarmonia do como um todo.

Fosse Felipão um Guardiola, um Klopp, um desses treinadores que buscam algo além do simples resultado – ou seja, um jogo trabalhado, envolvente, agressivo o tempo todo -, isso seria um grave problema.Por isso, esses treinadores preferem manter sempre a mesma escalação ao longo da temporada, com as mudanças localizadas e essenciais.

Mas, Felipão é Felipão, um treinador que abdica dos parangolés, fecha sua casinha e, vez por outra, explora um contragolpe fatal com Dudu ou quem seja seu parceiro de correria.

Logo, nessa pancada, pode perfeitamente se recuperar diante do Botafogo, num Allianz Parque delirante.

Quanto ao Corinthians, Carille começa a juntar ainda as peças, algumas recém-desembarcadas em Itaquera.

Seu estilo não se distancia muito daquele adotado a vida toda por Felipão, embora o técnico alvinegro tenha dado sinais de que pretenda conferir ao seu time um perfil mais arejado. Nesse caso, a tarefa passa a ser mais complexa.

A começar pela formação de seu meio de campo, setor que deve traçar o modelo do time – se mais ou menos criativo.

Se mantiver ali Ralf como leão-de-chácara, terá de aliviar com dois meias mais ágeis e habilidosos com capacidade para acionar o trio atacante. Mas, se fixar-se no dogma dos dois volantes, o segundo por certo deverá ser ou Tiaguinho ou Ramiro, caso este não seja deslocado para a direita, como fazia no Grêmio de Renato Gaúcho. (Cá entre nós, eu optaria pela dupla de volantes formada por Ramiro e Tiaguinho).

O entrave está na figura de Sornoza, aquele que dividiria com Jadson a armação do time. Abstraindo-se o fato óbvio de que o rapaz precisa de mais tempo para se adaptar ao time, à cidade etc., ainda não me convenci de que seja o homem certo para essa função, pelo que vi durante sua passagem pelo Flu. É de se esperar pra ver.

Apesar disso tudo, dá, sim, senhor, para o Timão ir ao Brinco da Princesa e trazer de lá a joia da vitória inicial, ainda que discreta e de valor reduzido.

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

 

2 comentários

  1. Alberto,
    Acredito em um empate lá em Campinas.
    Como havia dito no post anterior, o corinthians vai tropeçar mais um pouco (mais algumas partidas do paulista).
    Quando tudo estiver em seu devido lugar, todos os jogadores disponíveis e o treinamento engatilhado dentro de campo, aí sim podemos cobrar o Carille.
    Hoje não vou ver o jogo, mas acompanharei através das rádios.
    Grande abraço e saudações.

  2. Alberto Helena Jr.

    Eu acho que a cobrança pela reação fica mais para o time de itaquera do que para o Verdão, pois o Palmeiras jogou em Campinas, portanto fora de casa e contra um time bem mais forte do que o São Caetano, porém acho que as cobranças caberão daqui a umas cinco rodadas, portanto aguardemos. Saudações palmeirenses.

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