A pior exibição do time de Tite

Foto: Pedro Martins/Mowa Press

Essa foi a pior exibição do Brasil sob o comando de Tite, apesar da vitória por 2 a 0 sobre a Arábia Saudita, lá. Sobretudo, porque a diferença técnica entre os jogadores dos dois times é abissal.

E, mesmo assim, a Seleção foi frouxa na marcação e tímida no ataque, o que explica basicamente o placar modesto, aberto por Gabriel Jesus, no finzinho do primeiro tempo, graças a passe magistral de Neymar, e fechado já nos acréscimos da partida por Alex Sandro, de cabeça, em cobrança de corner exata de Neymar.

Isso mesmo: Neymar, jogando pelo meio do ataque, foi a figura central do Brasil, nessa tarde morna, sonolenta, do nosso time, pois dele partiram os passes mais decisivos, os que resultaram em gols e os que foram desperdiçados pelos companheiros.

E foi exatamente esse posicionamento de Neymar, mais centralizado, acionando os parceiros de frente, que chamou a atenção.

Há algum tempo, escrevi aqui mesmo que, com o tempo, Neymar acabaria largando de vez a ponta-esquerda para se transformar num meio-campista de escol, fruto de sua capacidade singular de vislumbrar o jogo e acertar passes inesperados, sejam os longos, sejam as enfiadas curtas e precisas próximo à área inimiga.

No PSG, sob nova direção, Neymar já vem atuando numa função parecida com pleno êxito, pois acrescenta à essa capacidade de armação o talhe de artilheiro sem par – dez gols, em dez jogos.

Na Seleção, porém, o problema é quem ocupará seu lugar na esquerda. Claro, há Douglas Costa e Malcom, sem falar em William, que se vira bem por ali também. E a chamada de Lucas Moura aumenta o leque pela direita, ele que foi bem nas jogadas agudas e mal nos passes desde que entrou no intervalo desse jogo com a Arábia Saudita. Isso, sem falar em David Neres, Vinicius Jr. e outros garotos ainda em fase de afirmação.

Isso, porém, implicaria na quebra do dogma dos dois volantes de ofício no meio de campo, rompimento que Tite, como a imensa maioria dos técnicos brasileiros, só se arrisca a fazê-lo em momentos críticos, como ocorreu nesta sexta, com a entrada de Lucas no lugar de Fred, absolutamente inútil, como se esperava.

Nas beiradas da questão central – a formação do meio de campo e ataque -, rola o problema da lateral-direita, deixada em aberto pela ausência definitiva de Daniel Alves.

A presença de Fabinho por ali foi uma clara ausência. Nem marcou bem, nem atacou devidamente. Sim, sei que Fabinho deixou de ser lateral há algum tempo. Mas, seja como volante, seja como lateral, não me convence plenamente. Trata-se apenas de um jogador de nível médio, tanto na marcação quanto na armação.

Quanto a Alex Sandro, apesar do gol marcado de cabeça no último segundo de jogo, ainda está aquém de Marcelo e Filipe, embora seja jovem o bastante pra evoluir muito até a próxima Copa.

E Pablo, a única estreia de fato na Seleção? Ficou lá atrás, sem grande participação, à sombra de Marquinhos, este, sim, ativo tanto na defesa quanto na armação do meio de campo.

Enfim, Tite precisa encontrar um novo modelo para seu time, pois o atual já se esgotou desde antes da Copa, à qual foi impulsionado pelos aplausos  gerais por conta da magnífica campanha nas Eliminatórias. Mas, Eliminatórias só contam com a turma dos iguais.

 

 

4 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    Eu acho que o ciclo do Tite na seleção nem deveria ter sido iniciado mais o que se revela nos ultimos tempos é que ele está próximo do fim, não sei se vai aguentar nem até a Copa América e se aguentar e jogar como jogou hoje contra a Arabia Saudita não vai nem se classificar em disputa seja de grupos ou por pontos corridos, futebolzinho medíocre “sô”. Saudações palmeirenses.

  2. Prezado Alberto Helena Jr!
    Concordo com a crítica geral contra este time. Todo time que está se formando deve ser visto como experimental, entretanto um futebol deste nível não se joga nem num amistoso caça-níquel como este, porém de portões fechados. Após 20 minutos de jogo o Tite já deveria ter percebido que sua fantasia acabou. Concordo com o J Junior, eu duvido também que o Tite sobreviva até a próxima copa. Jogadores inúteis como o Fred (que já na copa não fez nada aproveitável) deveriam ficar em casa.
    A chamada do Gabriel Jesus foi a única decisão acertada do Tite, não porque ele marcou um golzinho pobre, porém porque na copa ele não foi mal por culpa própria porém porque o Tite não soube escalar o time e ele ficou como um limão espremido sem poder se movimentar entre o meio de campo e o ataque. Agora Jesus não esteve muito melhor colocado, entretanto contra um time rico de petróleo porém pobre de futebol, até um time mal escalado tem que acabar vencendo.
    A CBD deveria já começar a procurar um técnico. O Tite merece um monumento pelo seu passado, seu futuro entretanto é apenas de monumento, não de técnico atuante. Mesmo recolocando o Marcelo e convencendo o Neymar a jogar seu futebol ao invés de ficar caindo, acho que o time não vai sobreviver, a água está já chegando ao nariz….

  3. Qual a diferença do Tite de agora para o Tite de outrora? Nenhuma. Tite é um treinador sem nenhuma inventividade, sempre foi assim. Não há um lampejo de modernidade nas táticas e sistemas de jogo que ele coloca em prática na seleção brasileira(para mim CBF/Globo). Na verdade ele distribui as camisas faz um longo sermão e põe o time em campo. Vocês amigos que frequentam o Blog tenham a mais absoluta certeza que por um décimo do que ele ganha para fazer esse feijaõzinho com arroz azedos ai, qualquer treinado da série B faria sem pestanejar, talvez até melhor. Tite é um produto dos negócios da CBF e parceiros. O cara que ganha o que ele ganha não pode dar certo. Parece uma ironia mais é verdade. Tite ganha como um CEO de uma empresa multinacional de grande porte que fatura bilhões de dólares e não como um treinador de futebol Tite certamente tem coisas muito mais importantes a fazer e a se preocupar do que com a sua seleção.

  4. o que valem esses amistosos? nada. Nem esse Brasil X Argentina.
    o negócio é ganhar a Copa América e, principalmente, a próxima Copa do Mundo.
    Lembro-me, após a Copa 2014, o rendimento nos amistosos era fantástico. Depois…..

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