Um verdadeiro tsunami ultra conservador inundou as urnas eleitorais do Brasil no domingo, impelido por vários fatores, dentre os quais, o principal – a insuportável violência urbana que afeta a todos os cidadãos.
Costumo repetir aqui que, concomitantemente à endêmica falta de memória do brasileiro, a sociedade, seus costumes e atos se reproduzem de forma teatralizada nos estádios de futebol.
Nesse sentido, é bom lembrar que o início dessa violência organizada no Brasil se deu nos campos de futebol ao mesmo tempo em que nas prisões tupiniquins na década de 70, durante a ditadura militar na sua fase mais rigorosa, sob a vigência do AI-5.
Nas prisões, nascia a pela primeira vez o crime organizado neste país, com o Comando Vermelho, que, apesar da cor de sua insígnia nada tinha a ver com os comunistas também encarcerados à época, embora a organização clandestina destes servisse de exemplo para os criminosos comuns.
Lembro bem de um papo com meu querido Rayola, ex-dirigente do Palmeiras, em que ele, divertidamente, espantava-se pelo fato de que a Máfia nem sequer fora semeada nesta São Paulo de tantos filhos de imigrantes da Bota.
Ah, sim, houve pouco antes uma patética detenção do ex-craque Yeso Amalfi, O Aventureiro, acusado de tentar criar uma espécie Máfia a la marselhesa ou corsa, no Brasil, que não deu em nada.
Yeso, filho do Bixiga, foi revelado pelo São Paulo, teve breve passagem pelo Palmeiras, e foi parar no Boca antes de se transferir ´para a tal Liga Pirata da Colômbia no final dos anos 40. De lá, partiu para a França, onde virou ídolo e companheiro de farras do príncipe Rainier de Mônaco. Lá, fez amizades com os integrantes do que se chamava de Milieu, a Máfia francesa. Daí, a ideia de jerico.
E aqui convido o amigo a entrar no Pacaembu ou no Morumbi dos anos 70, quando germinava o vírus da violência das torcidas uniformizadas. Até então, essas torcidas eram compostas por uns poucos e animados torcedores vestidos com as camisas de seus respectivos clubes que se limitavam a cantar e torcer num canto dos estádios.
Eis que, subitamente, elas atraem uma legião de adeptos, montam suas sedes, trocam os cânticos pela porrada entre si, uma violência premeditada, organizada que sai pelas ruas da cidade, de tal forma que os demais torcedores, o espectador comum, antes misturados nas arquibancadas e gerais, sejam também separados pela polícia.
Estabelece-se então o conflito que desce os degraus das arquibancadas e invade os nossos gramados onde, com o passar do tempo, a arte de jogar bola com requintes e inteligência cede lugar ao confronto físico: muitas retrancas e pancadas entre os jogadores. E o que era uma sublimação da guerra vira guerra de fato.
E, lá nas arquibancadas, sinais dos tempos: o torcedor já não clama mais por craques, exige garra, isso, sim. Vibra com um carrinho espalhafatoso do lateral como se fosse um gol, prodígio que vai se esvaindo dos nossos campos como fumaça, vaga lembrança de um passado ameno e grandioso.
A história, meu chapinha, não é uma estrada em linha reta em que os fatos se sucedem e logo são esquecidos à beira. A história, como revelam os estudiosos modernos do assunto, é uma intrincada rede de fatos, cujo processo de causa e efeito gera novas condições.
Pra quem não tem memória – ou a tem distorcida pelos clichês da moda -, tudo é sempre novo, e, portanto, renovador. Essa é a cilada em que estamos sempre prestes a cair, um ciclo vicioso do qual só há uma saída higiênica – a educação, justamente o fator vital de qualquer sociedade avançada que tanto temos desprezado, desde a ditadura militar até estes tempos de redemocratização.
Essa, sim, é a arma letal contra a violência, nos estádios de futebol, nas ruas, e, sobretudo nas mentes e corações dos homens.
Prezado Alberto Helena Jr!
Interessantes tuas ilações sobre o fenômeno da violência nos campos e nas arquibancadas de futebol. Sou mais da tua geração do que da dos jovens de hoje e nos anos 70 eu vinha do Rio a São Paulo na ponte aérea para correr de Congonhas ao Morumbi quando o Palmeiras jogava lá e na pressa vinha já de camisa verde no vôo. Raramente fui acossado e também não acossei ninguém, entretanto nas cercanias do Morumbi (do Pacaembu também) regia uma terra-de-ninguém. Hoje a diferença é que torcedores são esfaqueados ou fuzilados, enquanto naqueles anos o máximo que sofri foram rasgões no uniforme. O único “consolo” (ironia da palavra) é que na Itália, como na Inglaterra e atualmente na Alemanha e na Áustria também, a violência é mais moderna que nunca. E dos países do Leste e Sul europeu (como Ucrânia ou Sérvia) leio diariamente sobre violência nos Estádios. Há poucos dias em Viena, num jogo entre Rapid Viena e Slovan Bratislava os visitantes depredaram ainda antes do início do jogo vários vagões do metrô e paralisaram meia cidade.
Observo também que o maior volume na violência parece emanar da camada mais desprovida de educação e conhecimento de regras sociais de convivência. Resumindo, o remédio está ao alcance de todos, o problema é convencer o paciente a tomá-lo.
CERTO AMIGO ALBERTO: EDUCACAO !!!!!!!!!! eu acrescentaria que a educacao sem RENDA MINIMA para cada
cidadao funciona menos.. Perfeita a sua explanacao. Hoje o Brasil e’ uma fabrica de bandidos, Que pena..
abracos
Aprecei muito seu texto , Helena. É um raro deleite quando me deparo com um jornalista que faz menção à imprescindível necessidade de se priorizar a Educação , notadamente no segmento esportivo , infelizmente tão infestado por tolices. Pena que , conforme dizia sabiamente Darcy Ribeiro : no Brasil, a crise da Educação não é propriamente uma crise, e sim um projeto.
Prezado Alberto Helena
Concordo plenamente com sua opinião de que a única saida viável para o País é a educação de suas gerações futuras.
No entanto, não concordo com seu argumento (ilação) de que a violência das torcidas organizadas é decorre da ditadura.. Ora, não é verdade que nos anos 70 as torcidas já eram violentas. Eu assistia jogos do SPFC no meio das torcidas de Corinthians, Palmeiras e Santos e o máximo que havia era intensa gozação quando um dos times envolvidos fazia gol ou um jogador fazia uma jogada de pura arte.
Outra coisa: Aqueles que viviam na época da ditadura souberam que o Comando Vermelho foram treinados e organizados por integrantes das facções opositoras ao regime, quando encarcerados no mesmo local..
Sem qualquer julgamento de caráter político, de vez que eu também sentí o peso do tacão ditadura, a verdade é que a violência extremada atual latente em todo o País, iniciou-se depois da ditadura. Talvez decorrência de um plano maligno de implantar o caos, para impor mais facilmente ideais autoritários . A história não pode ser contada ao mero sabor dos ideais de cada um.
Caro Alberto,
Parabéns pelo texto tão significativo e verdadeiro em nossa sociedade.
E há aqueles que defendem as armas para combaté-la (violência), indicando o fator e nível de ignorância e estupidez em nossa Nação.
Grande abraço e saudações.
Alberto Helena Jr.
Concordo plenamente que uma nação e não meramente um país se faz pela educação do seu povo e nós só atingiremos esse patamar depois de uma limpeza ética e moral neste país que nos ultimos 20 anos sofreu um processo lento e gradual de idiotização de sua juventude, com programas educacionais do tipo “progressão automática” , em que um cone matriculado numa escola fundamental chega sem esforço às barras de uma faculdade ou universidade, sem as mínimas condições de aprendizado e educação, formaram-se milhares para não dizer milhões de analfabetos funcionais (não sabem o conteudo e significado de um texto), tornando-se assim vítimas fáceis nas mãos de intelectualóides vermelhinhos que nos querem impingir um regime totalitário, através do socialismo/comunismo, regimes totalitários que nada tem a ver com índole do nosso povo, eles chamam isso de democracia e de certa forma tem alguma senão vejamos, vamos separar a palavra demo – cracia (governo do demo) personalizado naquele pinguço, ladrão e vagabundo que graças a Deus está muito bem “guardado” lá em Curitiba pelo menos pelos próximos doze anos e um mês, para darmos uma guinada nisso que aí está o Brasil precisa de vitamina para retomar a verdadeira democracia então vitamina B 17 neles todos. Saudações palmeirenses.
.Os facistas já estão invadindo este espaço que deveria ser apenas para opinar sobre futebol e outros ESPORTES. mas, fazer o que…. Eu já presumia que cedo ou tarde isto aconteceria, afinal, é tão óbvio, que não tem como errar……..
Alberto Helena Jr.
Gostaria de saber do tal Pedro II se ele tem cultura ou educação para ao menos saber o que é fascismo antes de ficar falando asneiras, ele é um bom exemplo dessa geração “progressão automática” na educação, confunde fascismo fascismo com direita liberal, vai ver ele mama numa bolsa família sabe-se lá né. Saudações palmeirenses.
Eu já havia decidido não jogar no lixo o meu tempo com vc!! Mas não é fácil, vc é do tipo de pessoa que parece 1grama de merda, pise nela e infectará um quarteirão. Sou engenheiro muito bem formado e trabalho numa empresa privada, sou responsável por um setor com aproximadamente 70 funcionários isso quer dize que ao final do meu expediente eu não posso simplesmente abrir a gaveta da minha mesa jogar tudo dentro dela e ir para casa ” bem ao gosto da galéra que fica 38,5 no CABIDÃO DE EMPREGO do serviço público ” tenho que mostrar resultados meu caro JJ pois deles depende o emprego de muita gente principalmente nos tempos atuais!. Conhecemos muito bem o serviço público brasileiro e suas instituições de onde vc é oriundo esteve lá por 38,5 anos e conseguiu seu objetivo maior APOSENTADORIA , aliás vc é o perfeito estereótipo do APOSENTADO, um eterno clichê, repetitivo e ridículo. Já nascestes aposentado meu caro JJ precisavas apenas de uma Receita Federal para te dar guarida as custas da sociedade.Quanto a educação e cultura, não é difícil formar uma ideia do que e quanto vc tem de ” bala na agulha” para ter uma conversa com início, meio e fim, já que ” trabalhar” na receita federal foi o ponto mais alto que vc atingiu em sua vidinha de eterno aposentado. mediocre. Lamento decepcioná-lo senhor aposentado mas não dependo messssssssssssssssssmo do bolsa família. Permita-me uma pergunta mais pessoal e específica: vc continua feito um cão perdigueiro atrás do PARMERA ou já percebeu que é muito mais produtivo, lógico,sensato, coerente,( será um problemão para vc), mas , percebeu que será muito INTELIGENTE investir uma parte ou todo o seu tempo nas suas netinhas( elas merecem, e muito) , pois no horizonte tempos difíceis estão se desenhando, e as crianças vão ainda mais levar a pior.. Quanto a saber o que é fascismo! não me darei ao trabalho de explicá-lo a vc , seria total perda de tempo, pois vc tem 1/128 ávos de neurônio e o pobre coitado só pega no tranco…..tchau e p.f, sem tréplica.
Alberto Helena Jr.
Como o tal de Pedro II é valente na internet, coitados dos empregados dele, fala em facismo e se comporta em relação a vida como um nazista, é um sujeito arrogante, prepotente e mal educado mais uma prova de que curso superior não dá educação a ninguém, isso é coisa que a gente traz de família, que pai e mão ensina, coitado de você Pedro II sua arrogância e prepotência não vai te levar a lugar algum, vai passar a vida cheirando sovaco de peão em obra o resto da vida, que macho de internet você é não, pois para mim você não passa de um coitado com a carapuça enterrada até os ombros, se você não teve competência em passar em um concurso público o problema é seu, tem que se virar na iniciativa privada e você deve trabalhar muito mesmo não sai aqui do blog do Alberto, quanto serviço hein, você é engenheiro de obra pronta não confiaria a você nem um projeto de barraco. Saudações palmeirenses
Pra quem esta no outono da vida vc é uma piada, vc sempre esteve , esta e vai continuar até o outono passar e encontrá-lo na ´praça de boca aberta ( dizendo um montão de porcaria) vendo e aplaudindo a banda passar!!, fazer o que! sua capacidade e intelecto deu no máximo para ser aprovado( sabe-se lá como) no concurso de cartas marcadas da receita federal, o que aliás é a grande característica desses concursos fuleiros. Se escorar defenitivamente em repartições públicas é o sonho de milhões de pessoas como vc, mas outros milhões que confiam no próprio taco preferem encarar a vida com os seus desafios, e ao superá-los sentirem aquele gostinho maravilhoso da vitória,, se fortalecendo e se preparando para o próximo. Que pena JJ!!! creio que vc sentadinho lá fundo da sala se escondendo do chefe atrás de montanhas de papel jamais sentiu essa alegria, pois a sua bundinha pesada procurava sempre uma cadeira macia né messm..Na empresa privada não tem espaço para engenheiro de obras prontas, vc tem que justificar o seu dia de trabalho com resultados, já lá na RECEITA………. meu deus!!!!!!!!!! a fila no relógio ponto é uma concorrência braba né messm!!!..” Cheirando sovaco de peão, palavras de muito respeito e consideração aos mais simples”‘ e eu é que sou ( arrogante, prepotente mal educado etc..) pobre JJ no outono da existência essas coisas acontecem, o que se fala em pé não se sustenta nem escorado,sera que descriminação e preconceito que vc exala e espuma qdo se refere aos SOVACOS DOS PEÕES FAZ PARTE DAQUILO QUE VC DISSE QUE A GENTE TRAZ DE FAMÍLIA?? Valha-nos deus quero distância dessa ‘ família!! . Belo legado lhe foi deixado por seus pais na forma de uma educação finíssima onde deveria estar incluso( respeito ao próximo , as suas limitações e carências) educação refinadíssima, segundo vc????…Quanto a estar por aqui postando durante o dia é porque posso me dar ao luxo de fazer o meu horário de trabalho na firma ou em casa ( coisas do século 21- 3º milênio), explicar para vc não da, é de mais para a cabecinha de alguém que ficou 38,5 anos com a bunda na cadeira saindo apenas para tomar cafezinho , bater o ponto e contando os dias para se aposentar , não fique chateado JJ na idade do BRONZE era assim mesmo, Não deixe o outono passar batido ainda é tempo de mudar muita coisa, Vc discursa demais a respeito do que é certo, logo em seguida vc lança uma pérola tipo CHEIRANDO SOVACO DE PEÃO, o tico/teco precisam se entender melhor senão vc passa a perna na dupla de paspalhões bolsonaro/general. Tchau JJ, já te disse uma vez, da minha parte sem mágoas. Lembre-se , não basta achar que é é preciso ser……
VOCE E’ MAIS UMA VITIMA DA PROPAGANDA E DO CULTO A PERSONALIDADE.
DEMONSTRA UMA TOTAL FALTA DE CONHECIMENTO. (QUER DIZER, DEMONSTRA DESPREPARO E IGNORANCIA). ESSA CORJA QUE FORMA O PT DE HOJE E’ MESTRE DE PRIMEIRA EM PROPAGANDA.
Sim, a educação é primordial, mas não é a única solução para o problema da violência. Não podemos nos esquecer que a Europa, tão linda, bela e educada, tinha em seus campos na década de 70 e 80 verdadeiras batalhas que deixavam guerras do Século XVI no chinelo. O que de fato acabou com a violência nos gramados no Velho Continente foi o aumento da pena e o rigor delas. Invadir um gramado na Premier League rende ao invasor prisão e uma multa que nunca lhe fará esquecer de tal crime.
Aqui no Brasil, mata-se pai, mãe, filha de colo, pai e mãe de família em troca de um celular e o máximo que ocorrerá com o assassino é ficar 1/6 ou 2/5 da pena preso com visita íntima, saída dos dias dos pais, mães e crianças e progressão de regime após ficar bem quietinho na cela – algo que teria que ser algo obrigatório.