Verdão, quebrando escritas

Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press

Foi o nosso saudoso Thomaz Mazzoni, o Olimpicus, mítico jornalista desta Gazeta Esportiva quem batizou esse clássico de Choque-Rei, nos anos 40, período em que Palmeiras e São Paulo dividiram todos os títulos paulistas, num tempo em que não havia campeonatos nacionais. O Palmeiras foi campeão em 40 e 42; em 43, a moeda caiu em pé e deu São Paulo; 44, Palmeiras; São Paulo, bi em 45 e 46 (invicto); Palmeiras, em 47 e outro bi tricolor em 48/49.

Nos anos 70, novamente, a dupla duelou pelos principais títulos, racendendo a rivalidade que foi se dispersando ao longo dos tempos.

Lembro isso porque o clássico da tarde deste sábado carregava um equilíbrio histórico impressionante: ambos estavam empatados em números de vitórias, empates e gols ao longo da vida de seus confrontos em todos os certames disputados. E o Palmeiras não vencia o São Paulo no Morumbi havia dezesseis anos.

E, mais: um empatezinho neste sábado viria a calhar para ambos, assim como a visão de jogo dos dois treinadores – Felipão e Aguirre – se encontram no mesmo horizonte feito de mais defesa do que ataque. Portanto…

Contudo, o equilíbrio foi quebrado com a vitória do Palmeiras por 2 a 0, contrariando os prognósticos e as eventuais disposições dos treinadores, justamente pela maior qualificação técnica do Verdão, que abriu a contagem aos 14 minutos em cabeçada certeira do beque Gustavo Gomez, na cobrança de escanteio.

Não que o Palmeiras exercesse um domínio absoluto, nada disso. Apenas estava mais bem disposto no seu meio de campo, com Felipe Melo atrás, Moisés flutuando da defesa ao ataque e Lucas Lima esmerilhando a bola, enquanto o São Paulo dependia apenas da criatividade de Nenê naquele setor vital.

Mesmo porque o Tricolor já entrou em campo plantando uma reticência no seu lado direito, ocupado por dois defensores – o beque deslocado para a lateral, Rodrigo Caio, e à sua frente, o lateral Bruno Peres, com o ponta-direita Rojas deslocado para a esquerda. Um furo n´água, que Aguirre tentou tapar com a entrada de Everton no lugar de Rodrigo Caio no segundo tempo.

Mas, a essas alturas, o Verdão já vencia por 2 a 0, com Deyverson colhendo de cabeça bola alçada à área tricolor, na sequência de tiro no poste disparado por Dudu, aos 37 da etapa inicial.

Mas, se Aguirre consertou um lado, destruiu o meio, com a saída de Nenê para a entrada do centroavantão Carneiro em seu lugar. Trocou a sutileza pela grossura, e o São Paulo perdeu de vez qualquer capacidade de articulação, dependendo apenas de bolas levantadas eventualmente à área verde.

Já Felipão chamou William para o lugar de Hyoran e coube ao Bigode criar a melhor chance do segundo tempo conjurado por Sidão, com os pés.

Felipão, porém, resolveu dar uma mãozinha ao seu amigo Aguirre, lá pelos 35 minutos do segundo tempo, trocando Lucas Lima por mais um volante, Bruno Henrique. É a Lei do Escorpião.  E assim permitiu que o Tricolor rondasse a área verde até o final da partida, em vão.

Dessa forma, o Verdão segue em sua caminhada ascendente, liderando o Brasileirão com folga maior, enquanto o São Paulo continua seu processo de queda, correndo o sério risco de terminar esta rodada em quarto lugar, ele que foi o líder do primeiro turno.

6 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    Os ares bucólicos do grâo ducado de Ibiuna enebriam a todos que dele desfrutam e enebria tanto que faz a gente perder até a noção de tempo e espaço neste idilico lugar, estamos no sábado Alberto e não na tarde de domingo mais no entardecer do sábado, noves fora e lousa e cousa e mariposa o Verdão cumpriu o seu dever no morumbi e de quebra findou um tabu de dezesseis com dois gols no primeiro tempo e no segungo cozinhou o galo, quer dizer o bambi, jogo muito sério mais que ficou muito fácil pois o Verdão jogou num nível superior ao time do Morumbi que fez um jogo abaixo da crítica defensivamente, se o Verdão apertasse aplicava uma sonora goleada. Saudações palmeirenses.

      1. Não precisava consertar Albertão! A atmosfera do jogo me lembrou mesmo aquelas tardes de domingo dos anos setenta em que o Verdão costurava a bambizada no Morumbi, confesse que você se sentiu também transportado no tempo, rs
        A Copa Brasil faltou por um trisco, o Brasileiro porém não vai ser ganho por um trisco porém com muita folga na tabela.
        Abraços Palmeirenses!

    1. OLA CARLOS – CONCORDO EM TESE COM VOCE – QUANDO O TIME PASSOU A LIDERANCA EU ESCREVI NESSE BLOGO DO ALBERTO
      QUE AS VITORIAS SOBRE FLAMENGO E CRUZEIRO FORAM PRODUTO DE CIRCUNSTANCIAS -FORAM FLAMENGO E CRUZEIRO QUE
      PERDERAM, NAO O SAMPA QUE GANHOU – O NOSSO TIME SO DOMINOU O JOGO DEPOIS DE GANHO QUANDO FLAMENGO E PRINCIPALMENTE O CRUZEIRO NAO TIVERAM FORCAS PARA REAGIR . O QUE FALTOU PARA O FLAMENGO ENFIAR 3 OU 4 ?
      E’ SO VER O VIDEO.TAPE. SO AI FORAM 6 PONTOS GANHOS. NAO ACHO QUE CAIMOS DE PRODUCAO, ACHO SIM QUE MANTIVEMOS
      O MESMO NIVEL APROXIMADAMENTE SO QUE AGORA OS ADVERSARIOS JA CONHECIAM BEM NOSSO TIME QUE NAO TEM VARIACOES.
      SO JOGA BEM QUANDO VAI AO ATAQUE E… DEIXA A DEFESA ABERTA COMO FOI CONTRA O PALMEIRAS. TEMOS APENAS UM TIME
      MEDIO. ALGUMAS CONTRATACOES DESASTROSAS (COMO ERA ANTES DO RAI TOMAR CONTA) MAS ASSIM MESMO ME DIZ SE O CARNEIRO E’ O CRAQUE QUE DIZIAM? E O EVERTON FELIPE? E O GOLEIRO JEAN? FOI TUDO COISA DE EMPRESARIOS. DOIS JOGADORES INDICADOS POR TECNICOS DERAM CERTO (J.ROJAS E BRUNO ALVES). POR FIM TAMBEM NAO GOSTO DO AGUIRRE COMO TECNICO: ELE TEM BOA LIDERANCA E E’ CORRETO. MAS BAUZA, OSORIO E MESMO O CENI SEM A EXPERIENCIA NECESSARIA? BEM VOU PARAR POR AQUI. ESPERO QUE UM DIA QUANDO MUDE A DIRETORIA (COMO VAI MUDAR A DO BRASIL – E’ INCRIVEL QUE DEPOIS DOS DESASTROSOS REINADOS MUITA GENTE AINDA VOTOU NELES) POSSAMOS TER OS ESQUADROES QUE
      TINHAMOS ANTES. TERIA MUITA COISA A FALAR DO MEU TIME MAS JA E’ TARDE E ESCREVI DEMAIS. UM ABRACO SAMPAULINO.
      EM TEMPO: COM RELACAO AO DORIVAL ELE FOI MUITO BEM E FIRME NUMA EPOCA DIFICILIMA E TEVE A SORTE DE TER O HERNANI
      E O MARCO AURELIO.

  2. Felizmente para os gênios Leão, Ademir da Guia, Leivinha, Edú Bala, Nei, o maluco do César, Chinezinho, Julinho Botelho, Chinezinho, Servílio, Luis Pereira, Waldemar Carabina o futebol de resultados impera em Terra Brasílis sobre a batuta do treinador 7×1.
    Digo felizmente para eles porque não perderão nunca a majestade diante de tanta mediocridade, seja em um domingo a tarde ou em um sábado à noite.

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