A bola e a grana nos fios do destino

Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press

Com os resultados do fim de semana, um forte nevoeiro baixou sobre o topo do morro, embaçando a disputa pelo título do Brasileirão. São Paulo, Palmeiras, Inter, Flamengo e Grêmio, pela ordem de classificação, estão ali muito próximos uns dos outros, o que torna quase impossível prever-se o desfecho do campeonato.

Claro, as estatísticas são feitas exatamente pra isso – projetar as possibilidades de cada um. Embora isso seja matemático, continua sendo imponderável pelos caprichos da bola e todos os elementos aleatórios que cercam uma partida de futebol, quanto mais uma série delas.

Mas, apesar disso, o futebol guarda uma lógica eterna: aquele que praticar o melhor futebol tem mais chances de vencer.

Nessa esteira, elejo o Grêmio como favorito, pois tem sido aquele que se desgarra da mesmice vigente de um jogo feio e amarrado, mais defensivo do que ofensivo. O diabo é que o Imortal. lutando em várias frentes, padece de um elenco rico, tecnicamente, o bastante para arrancar em direção ao pico do Brasileirão.

Já o contrário se dá com o Palmeiras, também brigando em três competições. É o clube que possui o mais amplo e tecnicamente bem dotado elenco dentre todos, o que lhe permitiu essa arrancada recente no Brasileirão, revezando-se em campo seguidamente.

É o poder da grana, outra ponta da lógica do futebol e da vida – quem tem mais pode mais.

É fato que o Verdão de Felipão não explora ao máximo seu potencial na forma de atuar. Prefere vestir o manto da humildade e jogar como um time qualquer dentro dos preceitos do tal futebol de resultados – fechadinho lá atrás, com algumas escapadas à frente, o que lhe tem permitido tocar o barco, colhendo um placar modesto aqui e ali, seja mesmo diante de rabeiras como o Sport deste domingo, vencido por 1 a 0, gol de Bigode, como quase sempre.

Mas, o poder do revezamento em alto nível confere ao Palmeiras, a meu ver, as chances maiores de terminar o certame lá na frente dos demais.

Quanto ao Mengão, apesar da excelência de jogadores como Everton Ribeiro, Lucas Paquetá e Diego e de ter investido um baú na montagem de sua equipe, tem oscilado nesta quadra do campeonato justamente pela indecisão de reservas como Uribe, Geuvânio etc. Mas, tem bala pra chegar lá, sim, senhor, como demonstrou em boa parte do primeiro turno.

Restam, então, São Paulo e Inter, os patinhos feios da grande disputa, que, destinados a lutar por uma posição intermediária, surpreenderam, revezando-se na liderança há várias rodadas, ainda retida pelo Tricolor, mesmo depois da vexaminosa exibição de sábado diante do América mineiro.

Com elencos retraídos e praticando um futebol mesquinho não me parecem capazes de manter disposição até o fim, embora a dupla leve a vantagem de, ao contrário dos demais concorrentes, estar de olho tão somente no Brasileirão.

O negócio, portanto, é esperar, enquanto as fiandeiras, acima do nevoeiro, traçam o destino de cada um.

 

8 comentários

  1. Prezado senhor.
    O Palmeiras tem demonstrado uma segurança impar. Joga para ganhar, afinal é o que a torcida deseja. De nada adianta um futebol lindo e improdutivo. A emoção esta na vitória.
    Assim, creio que, no momento, o melhor time brasileiro seja o Palmeiras. Peço desculpas, mas não vejo o Grêmio com essa bola toda. Tem um time bem arranjado, sem peças adequadas para reposição, e uma grande sorte.
    Não sou do tipo que ache que o Palmeiras ganhará tudo, mas no momento é o time mais equilibrado do Brasil.

  2. Acho impressionante a maioria dos comentários falar do Palmeiras somente por causa do poder aquisitivo, como se fosse pecado estar sendo bem administrado e com um patrocinador forte. Palmeiras joga no Brasil o futebol que a nossa cultural tem hoje, não existe mais futebol vistoso, e não venha com essa do Grêmio jogar o melhor, assista alguns jogos e vera que não é bem assim

    1. Se me permite, o amigo devia enviar esse comentário a quem diz o que o amigo diz. Nunca condenei o fato de o Palmeiras ter mais dinheiro, graças à patrocinadora e à competente gestão de Paulo Nobre, que tirou o Verdão do buraco, resgatando-lhe a grandeza de antes. Quanto à maneira de o Palmeiras jogar, aceitá-la é demonstração de submissão à mediocridade geral. Creio que o Palmeiras é maior do que isso.

  3. NEM TANTO, MESTRE, NEM TANTO… ALÉM DO PODER ECONOMICO E DO IMPONDERAVEL FUTEBOL CLUBE HÁ TAMBÉM A QUESTÃO DA ARBITRAGEM. QUE SE MANIFESTA AQUI E ALI EM ERROS TÃO MEDONHOS QUE NÃO ACREDITO QUE OS ARBITROS SEJAM TÃO RUÍNS ASSIM. O QUE ACONTECE TEM OUTRO NOME. OLHANDO OS LANCES COMO O DO PÊNALTI NÃO MARCADO A FAVOR DO SANTOS CONTRA O GREMIO, O DO ARBITRO ACABANDO O JOGO EM UM CONTRA-ATAQUE DO MESMO SANTOS CONTRA O CRUZEIRO NO MINEIRÃO QUANDO A ARBITRAGEM TERMINA A PARTIDA SEM CUMPRIR O TEMPO QUE ELA MESMO TINHA ACRESCENTADO….MEU DEUS. AH, E TEM O LANCE DO IMPEDIMENTO QUADRUPLO DO INTER EM ITAQUERA. E O LANCE DO IMPEDIMENTO NO LANCE DO GOL DO VERDE CONTRA O SPORT NA BOATE DA ILHA DO RETIRO.NO REBOTE DO GOLEIRO.? MEU DEUS…

  4. Alberto Helena Jr.

    Como te disse em diversos comentários, sendo muitas vezes espinafrado por gambas e bambis invejosos, o Verdão de forma “felipiliana”, joga por resultado e dá nó tático na criançada que hoje acha que é técnico de futebol, só porque fez alguns cursos em faculdades, federações ou coisas do gênero, mais não sabem nem o que é calçar uma chuteira e pisar num gramado para jogar um joguinho só, mesmo que seja na varzea, e vai galgando devagarinho e com muito respeito e seriedade com os adversários essa escada que é a pontuação no campeonato, o fim de semana nos favoreceu bastante e já estamos em 2º lugar a um ponto do atual líder o tricolor do morumbi o famoso “flanelinha”, fica guardando lugar para no fim outro ocupar o lugar e espero que seja o Verdão.l Saudações palmeirenses.

  5. Comentando sobre o post da convocação do Tite. Alberto Helena essa fissura do Tite pelos volantes é caso perdido. Ele troca Jesus por Genésio, mais no fundo as funções que são dadas aos dois são as mesmas. O que quero dizer é que mesmo ele convocando o Arthur, este irá desempenhar o mesmo papel do Casemiro e vice e versa. É um desperdício de talento. Para que Tite convoca seus volantes? Para marcar. Não importa quem seja. Senão ele convocaria mais meias. Isso parece com a piada da mulher que trai o marido em casa. Muda´-se o sofá. Você falou bem. Como pode um cara perder uma copa do mundo há pouquíssimos meses e já na sua nova convocação mantem tudo igual? Nada de novo. Os mesmos chavões. O mesmíssimo esquema. A mesma ladainha. E o mais triste. A mesma multidão de manipulados a lhe aplaudir.
    Um fato interessante nessas eleições é que se discute desde economia passando por segurança, educação etc etc. e não se houve uma palavra de nenhum dos candidatps sobre o futebol brasileiro e a CBF. Qual o mistério?

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