As cores de uma decisão

Fotos: AFP

Um amigo me fez a advertência: se a decisão da Copa fosse no sábado, 14 de Julho, feriado nacional em celebração à Revolução Francesa, tudo seria festa; mas, cai no 15 de julho, dia em que a guilhotina começou a funcionar loucamente.

Festa ou guilhotina, o que está reservado para essa França neste domingo, 15 de julho?

Mesmo que a cabeça da Seleção Francesa role aos pés da Croácia, há ainda muito o que celebrar na terra dos bleus. Ou seria mais adequado dizer-se na terra dos noirs? Sim, porque, pra desespero dos racistas fascistóides de lá, tipo Le Penn, no futebol, o lema égalité (igualdade) se realiza plenamente na sua Seleção.

E não é de agora, já vem de longe e atingiu seu apogeu na conquista do primeiro mundial, de Thuram, Desailly, Henry e o franco-argelino Zidane, aos quais se somariam Patrick Vieira e esses crioulos todos que, neste domingo, darão o último passo em direção à Taça.

Aliás, nesse sentido, esta Copa tem sido mesmo uma vitrine da diversidade própria da verdadeira globalização, com a presença maciça de afro-europeus em seleções nunca dantes imaginada, como diria o Poeta luso. Da Escandinávia à Ibéria, a Copa se pintou de negro, num processo que tem elevado o nível plástico e técnico dos times do Velho Mundo.

Menos a Croácia, tão ciosa de sua etnia branca e de seu pedaço adorável de terra, a ponto de alguns idiotas de lá saírem pela Rússia cantando hinos nazistóides.

Mas, a Croácia, nos gramados, embora tão distante, mantém conosco uma relação inusitada pontilhada de nostalgia: o refinamento no toque de bola, sempre ofensivo, a ponto de, enquanto iugoslavos, serem chamados de os brasileiros da Europa.

Neste confronto de domingo, poderemos sacar quem é mais o Brasil antigo da atual Europa, pois os franceses, por causa da miscigenação e da eterna admiração pela cultura tupiniquim, desde os Oito Batutas de Pixinguinha e do Paulistano de Friedenreich, que eles lá no início do século passado chamavam de Les Rois du Football (Os Reis do Futebol), praticam hoje um futebol criativo e envolvente, mirando sempre a velocidade e o talento inexcedível desse menino Mbappé, que disputará por certo com Modric o título paralelo de melhor jogador da Copa.

A França tem um elenco mais rico e prodigioso não tão bem aproveitado pelo  técnico Deschamps, o Dunga deles lá. Basta dizer que, além da enorme quantidade de talentos da França, no campo e no banco, ficaram de fora ainda, por várias razões, Coman, Ribéry, Rabiot e Benzema, quatro craques que seriam titulares em quase todas as seleções do atual torneio.

A Croácia, por seu lado, além de Modric e Rakitic, tem mais meia dúzia de ics respeitáveis, do goleiro Subasic ao ponta-esquerda Perisic, passando por Madzukic etc.

Chega cansada por ter disputado três prorrogações no verão russo? Pode ser. mas, com um ânimo incomum, capaz de conferir às pernas croatas uma energia fora do comum, como bem demonstrou na segunda fase da prorrogação diante da Inglaterra.

É de se ver, num jogo que, por todas as razões expostas ao longo da competição, deverá ser disputado no mais alto nível em que o talento se fundirá ao desejo de tal forma que será praticamente impossível distinguir um do outro.

4 comentários

  1. É isso mesmo, Alberto.
    No contexto das coisas, será um jogo de arrepiar para os amantes do bom futebol.
    Mas, acredito que sairá vencedor aquele que colocar na ponta da chuteira tudo que pode e mais um pouco.
    Como vimos nessa Copa, nem sempre o talento prevalece, muitas vezes a vontade de ganhar “gana” é o que valhe.
    Grande abraço e saudações.

  2. Alberto Helena Jr.

    Para a Croacia existem desvantagens já disputou três prorrogações o que pode atrapalhar no que concerne ao preparo físico, não tem tradição em finais de Copa do Mundo mais tem as vantagens de ter um meio de campo mais técnico, jogadores que jogam com raça e vergonha na cara pela sua seleção e pelo seu país coisa que faltou ao Brasil por exemplo, o time croata tem um estilo de jogo mais parecido com o brasileiro dos anos dourados do futebol brasileiro, toque de bola, deslocações constantes principalmente do craque do time o Modric e uma zaga firme liderada pelo bom Vida, já a França tem a seu favor a velocidade de seus atacantes sendo um time que joga em alta velocidade, porém seu meio de campo fica quase que excluído do jogo pois joga com esticadas desde o seu campo para a entrada em velocidade do seu craque o garoto Mbape e está na juventude do time francês, na minha opinião a desvantagem do time francês, muito impetuoso porém sem cobertura efetiva em sua defesa o que pode propiciar ao time croata as brechas para conseguir seu gol, jogo imprevisível e será alucinante, espero que vença o melhor, porém irei torcer para a Croacia pois terá feito algo histórico ao ganhar a primeira Copa do Mundo para seu pequeno país (quatro milhões de habitantes). Saudações palmeirenses.

    1. JUNIOR , VOCE TEM DIREITO A EXPOR SUAS OPINIOES COMO QUIZER. AS OPINIOES BASEADAS EM ARGUMENTOS, OU MELHOR FATOS, COMO QUALIDADE DE JOGADORES E TATICAS. TUDO BEM TEMOS
      QUE RESPEITAR OU CONTRA ARGUMENTAR MAS DIZER QUE FALTOU RACA E VONTADE AO TIME CANARINHO E’ UMA LEVIANDADE. VOCE FOI LEVIANO AQUI NESSA OPINIAO. A GRANDE MAIORIA DOS
      TORCEDORES BRASILEIROS (OS QUE ENTENDEM DE FUTEBOL) VIU QUE NAO FOI ISSO DE GARRA QUE FALTOU.. SE EU FOSSE UM JOGADOR PROFISSIONAL —–J A M A I S ——LERIA COMENTARIOS DE
      TORCEDORES POSTADOS JUNTO AOS BLOGS. PARA EVITAR LEVIANDADES DE QUEM BOTA OS SEUS RECALQUES NAS PALAVRAS.

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