Copa ainda chinfrim. Só Espanha, olé!

Foto: Luis Acosta/AFP

Confesso que estou decepcionado com o nível técnico da Copa da Rússia até aqui. Esperava mais de França, de Brasil, de Alemanha, de Argentina, até mesmo de Portugal campeã da Europa, comandada pelo maior do mundo, o Gajo.

Só o segundo tempo da Bélgica, na sua estreia na Copa, e a Espanha, nos seus dois jogos, responderam à altura do esperado. E não estou falando de resultados, que isso às vezes é aleatório. Refiro-me ao jogo jogado.

Nesta quarta-feira, depois da deprimente vitória de Portugal (melhor seria dizer: do Gajo), o Uruguai passou de fase. Mas, a que preço? Plantou-se o tempo todo numa deslavada retranca diante da Arábia Saudita pra colher um gol de cobrança de escanteio, oferecido a Suárez pelo goleiro, que saiu lustrando estrelas num céu imaginário.

Foram intermináveis os momentos em que os uruguaios não conseguiam passar sequer do meio de campo. E Arrascaeta, o meia atual mais próximo, embora ainda longe, de um Schiaffino, de um Pedro Rocha, de um Francescoli, lá no banco…

Aí veio a Espanha diante do Irã. Botou a bola no chão, tocou, tocou, tocou, como manda o figurino, mas varar aquela legião de iranianos plantados na pequena área (não é força de expressão, não), de que jeito?

O jeito foi esperar aquele passe mágico de Iniesta, que só veio aos 9 minutos do segundo tempo, quando o extraordinário meia enfiou a bola pra Diego Costa disputar com o beque na área, e, num bate rebate nas pernas de ambos, finalmente, o gol solitário.

A partir daí, o Irã arriscou vários ataques, dois deles, perigosíssimos e até chegou a mandar a bola às redes de De Gea, lance corretamente anulado por impedimento do iraniano flagrado pelo bandeirinha e confirmado pelo VAR.

Não era então pra Fúria aproveitar os espaços oferecidos, enfim, pelo Irã pra matar o jogo? Era, se Hierro não tivesse trocado Iniesta pelo burocrático volante Koke, que carregou para o campo o espírito de Simeone, seu treinador no Atlético de Madri.

Agora, é aguardar pelas definições da rodada final desta fase e torcer pra que, devidamente peneirados os grupos seguintes, a bola da Copa volte a ter a esperada dignidade.

5 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    A Copa do Mundo na Russia está distante de um nível técnico ao menos aceitável para os torcedores como nós jovens há muito tempo, não se poderia esperar muita coisa em início de copa, mais ao menos poderiamos ver jogos com mais refino de bola, mais toques inteligentes e variação tática durante um jogo, mais esquece parece que os treineiros mundiais são “teimosos” com suas filosofias e fazem as torcidas sofrerem da mesma forma não importa o país, está muito nivelado por baixo, de certa forma é até interessante ver seleções pobres tecnicamente engrossando o jogo para gigantes do futebol mundial e até a pequenina Islândia com seus jogadores gigantes (a maior média de altura da Copa) anda povoando o imaginário da torcida na esperança que volte a aprontar no bom sentido. Saudações palmeirenses.

  2. Lamento ser do contr, mas estou adorando todos os jogos, exceção feita a Polonia X Senegal, Portugal X Espanha e México X Alemanha que me fizeram ficar acordado e ligado para ver times jogando para frente sem essas frescuras modernosas de atrasar a bola para o goleiro desde o meio-de-campo. A grande maioria desses jogos têm o condão de invariavelmente lançar-me inevitavelmente a um sono profundo. Jogos chatos, onde essa tolice de que ” goleiro tem que jogar” faz com que verdadeiros perebas se assustem com a bola nos pés e a lancem para o goleiro, e para meu deleite, propiciando gol, como o segundo de Senegal. Me acordem quando a copa começar de fato.começar.

  3. Alberto,
    você sabe que ninguém está lá para mostrar futebol bonito, estão lá para ganhar a Copa.
    E por isso todos jogam na retranca, só atacam com muita segurança, logo o jogo fica bem feio.
    Estou aprendendo a ver beleza numa defesa bem montada e intransponível.
    É o que tem para hoje…

  4. Alberto,
    Concordo plenamente com você no que se diz respeito a jogo bonito e nível técnico.
    Aparentemente as seleções estão niveladas por baixo, como dizem os mais estudiosos no assunto.
    Concordo com alguns comentários do blog e infelizmente a copa tornou-se um “lazer familiar” para praticamente todas as seleções.
    Vamos ver no que vai dar tudo isso, aguardando uma resposta do Brasil e outras mais com um bom futebol esmeril.
    Grande abraço e saudações.

  5. Essa copa mostra-nos um futebol pífio, sem criatividade. Os mais ou menos, jogando feijão com arroz, Japão e França. Futebol da copa Série B, um pouco melhorada. Os grandes craques, só no nome. Só que uns têm sorte (CR7) e os outros ainda estão devendo..

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