Verdão e Amarelinha

Foto: Hans Ounz/AFP

O domingo amanheceu nesta caverna do Grão Ducado de Ibiúna invadida por uma horda de demônios cibernéticos, que me impediram até agora de falar sobre a vitória da Amarelinha diante da Áustria, em Viena, onde ainda ecoa o riso fantasmagórico e desabrido do moleque Mozart, divertindo-se com aquele gol mágico de Neymar, como se os passos do brasileirinho seguissem os compassos brejeiros do gênio da música.

Não podia ter sido melhor o desempenho do Brasil, se considerarmos o natural temor de uma contusão a um passo da Copa e a quase inédita formação do nosso ataque formado por William, Jesus, Coutinho e Neymar (jogaram juntos antes pela Seleção por apenas sessenta minuto). Isso, sem falar na aplicação tática e no empenho emocional dos austríacos, que vinham invictos há um bom tempo, dando inclusive calor à Alemanha, campeã do mundo, ainda outro dia.

Bom foi ver que Coutinho se houve bem na armação, ao contrário do que este velho escriba imaginava. É verdade que o posicionamento excessivamente defensivo dos austríacos permitiu-lhe atuar praticamente como um atacante, atrás do trio WGN. E ainda ter cavado a chance de encerrar o placar, com um gol de alta categoria, bem ao seu estilo, partindo da esquerda.

Mas, falando em gol, passei de raspão por aquela pequena obra-prima de intuição, habilidade e presteza de Neymar, que recebeu de William na área, meneou diante do marcador antes do corte pra esquerda que deixou o austríaco no chão, e tocou sob as pernas do goleiro. É o que nos faz rir um riso untado de melancolia das boas lembranças de quando o futebol brasileiro era brasileiro, na essência e nos gestos.

Bem, agora só resta esperar pelos jogos que realmente valem tudo, com fortes esperanças de que, se a taça não vier pela sexta vez, faremos, pelo menos, bela figura na Rússia.

Bela figura ia fazendo o Verdão, à tarde, lá no Ceará, onde não tem disso não, como diz o refrão do antigo xote.

Logo no começo da partida, o Palmeiras partiu pra cima do Ceará e foi logo metendo 2 a 0, com Tiago Santos, de cabeça, e Dudu, concluindo ciente trama que começou com Lucas Lima roubando a bola de um adversário e servindo o menino Hyoran.

Pois, desgraçadamente para os palestrinos, foi o sinal pro time recuar. Recuou, diante de um Ceará desesperado pela queda anunciada, e deu no que deu: 2 a 2, com os gols de Felipe Azevedo, ainda no primeiro tempo, e de Elton, já no finzinho da partida, aos 42.

E assim o Verdão que já estava ajeitando a cadeira pra ocupar a vice-liderança, caiu pra quinto, cumprindo mais uma vez a sina das tantas oscilações nesta temporada.

5 comentários

  1. O Neymar veste a figura do moleque de rua, aquele de alma livre e inventiva, tirando dos seus pês descalços dribles mágicos O brasileirinho é craque das antigas

    Abços.

  2. Alberto Helena Jr.

    Concordo com você Alberto vacilada do Verdão castigada com o gol de empate no finalzinho do jogo sem tempo de recuperação pois após as substituições feitas permaneceram em campo o Moisés com um corte feio na cabeça mais precisamente no supercílio e o Victor Luís devidamente atordoado após ter levado involuntariamente um chute no meio da cara que o deixou para lá de Bagda até o fim do jogo, deveria ter sido substituído mesmo que improvisadamente pelo Maike, foi um risco desnecessário e perigoso mantê-lo em campo, mais vida que segue, estaremos entre os seis primeiros do campeonato e muita água vai rolar por debaixo da ponte após a Copa do Mundo na Russia e teremos times hoje considerados favoritos mais ou menos desfigurados com a saída de jogadores na janela de transferência do meio de ano, mais duas coisas são para mim quase certas a ida para a série B o ano que vem dos times de itaquera e Vila Belmiro…me cobre sobre essa minha previsão no fim de ano. Saudações palmeirenses.

  3. Tá tudo muito bem. Muito certinho para um pré-copa. Discursos perfeitos. Grupo fechado. Treinador mais para budista hare krishna resolve tudo com um simples olhar ou uma palavra mágica. Na hora da onça beber água o pau vai comer, ai é hora de ver se aqueles que se borraram no Mineirão serão capazes de dar a volta por cima. A conferir.

  4. A “seleção nacional”. Não se pode nem dizer que é importada já que não precisaram sair da Europa ou Ásia nem do próprio país sede da Copa para estar lá. O hino irá tocar para nossos representantes e espere aí: “que nossos representantes?” Cara é difícil torcer sabe? envergam nossas cores sob nossa bandeira mas eles não tem mais nada de “Brasilidade”.

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