Os Meninos da Vila e da Gávea

Foto:Sergio Barzaghi/Gazeta Press

O Mengão segue firme na liderança nesse interregno do Brasileirão dedicado a um valor mais alto – a Copa do Mundo – ao bater o Paraná por 2 a 0, no Maracanã nesta noite de domingo.

Trata-se de um dos favoritos de antemão que vem cumprindo seu dever, mesmo sem jogar um futebol dos sonhos contra o Paraná, por exemplo. Mas, é um dos poucos elencos mais bem equipados do Brasil atual, que, nesse jogo, teve em Diego seu condutor. Não só pelo gol de falta, com a inestimável colaboração da barreira, mas, sobretudo, por suas ações coordenadas durante o tempo em que esteve  em campo.

Contudo, a campanha rubro-negra até aqui deve mais ao trabalho de três garotos criados no Ninho do Urubu: Paquetá, Vinícius Jr. e Vizeu, autor do segundo gol.

Vizeu e Vinicius Jr. passaram tempo demais na reserva do Fla, desde o ano passado. Mas, sempre que entraram responderam tão bem que um deles, finalmente, virou titular, justamente ás vésperas de sua comovente despedida em direção ao Real. Falo, claro, de Vinicius Jr., um atacante veloz, cheio de truques e de bom porte físico, o que, por certo, o auxiliará muito nos novos campos que se lhe abrem na Europa.

Vizeu é outro que está de partida. Quanto a Paquetá, quem sabe? A janela está se abrindo.

O Flamengo sempre se ufanou da frase – craque a gente faz em casa. É a mais pura verdade, desde Zizinho até os meninos atuais, passando por Zico, Djalminha, Marcelinho Carioca, Paulo Nunes, sei lá quantos mais.

O diabo é que o Flamengo não cultiva esses craques quando eles atingem a idade do jogo. Logo transformam em dinheiro que será gasto inutilmente na contratação de veteranos sem igual talento.

Isso não é defeito só do Flamengo, não. É, em geral, da maioria dos nossos clubes grandes, no Rio, em São Paulo, em Minas, no RGS, em toda parte.

Eis uma das razões do empobrecimento técnico do futebol brasileiro jogado entre nós.

Não é a única, mas conta demais.

Já o Santos, que tem sido prodigioso no aproveitamento dos Meninos da Vila, costuma segurá-los por mais tempo

Mas, até o Santos, que neste domingo perdeu para o Inter, outra fábrica de bons jogadores, está vendo escorrer pelos dedos seu último lançamento – o garoto Rodrigo.

Nessa pancada, os próximos Brasileirões se transformarão em ainda mais tediosos torneios de masters, sucata reimportada pela maior usina de craques do mundo, desde sempre.

 

1 comentários

  1. Comparar os atuais meninos da Gávea é brincadeira,pra começar a história pergunto quem é o líder, quem tem mais revelações e garotos jogando justiça juntos e com maior destaque? Francamente, Helena, não têm comparação,sem sombra de dúvida a melhor base de clubes brasileiros em todas as categorias é sim a do Flamengo.E sigam o líder!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *