Brasil, 3 a 0. Serviu pra animar a tropa.

Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Antes de mais nada, é preciso ressaltar a fragilidade técnica do time russo. Você espia assim e não vislumbra nem mesmo aquele talento individual que toda seleção costuma ter, nenhum Igor Neto, nenhum Shevichenko, nada disso.

Por isso mesmo, os russos invocaram da metade do século passado o fantasma do enferrujado Ferrolho Suíço de Mestre Rapan, que a rapaziada hoje louva como sendo a tal defesa de cinco, uma evolução do futebol moderno. (Juro que li isso na Uol, outro dia.)

E ali resistiram durante todo o primeiro tempo o assédio brasileiro, que sofria de dois males: a imprecisão nos passes e cruzamentos dos nossos laterais (Dani Alves e Marcelo) e a ausência de um autêntico armador, aquele cara que pensa o jogo e descobre o passe inesperado para os atacantes, pois não é esse o estilo de Coutinho, muito menos de Paulinho.

(A bem da verdade, Daniel acertou um lançamento precioso para Gabriel Jesus, que girou na área para a defesa do goleiro.)

Mas, no segundo tempo, o cenário se alterou, com a presunção russa de sair um pouco do seu roteiro fechado. Isso permitiu ao Brasil explorar contragolpes rápidos e eficientes, sobretudo com Douglas Costa pela esquerda.

E assim os gols se sucederam: aos 7 minutos, Miranda, colhendo desvio de cabeça de Tiago Silva em cobrança de corner; aos 16, Coutinho, de pênalti sofrido por Paulinho; e, aos 21, Paulinho, de cabeça, em cruzamento da direita.

Entre uns e outros, Paulinho perdeu cara a cara com o goleiro dois gols feitos, sem falar em jogadas bem articuladas de pé em pé, em alta velocidade, de todo o ataque brasileiro.

O placar, portanto, deveria ser mais generoso, inclusive para os russos que tiveram aquela chance incrível salva por Tiago Silva e Miranda em cima da risca, na sequência.

Por falar nisso, que partidaça do Miranda, hein? Impecável no desarme, nos passes e ainda por cima autor do gol de abertura.

Mas, o principal foco estava sobre Coutinho, ocupando a vaga antes de Renato Augusto.

Não tem cacoete pra armação. Sua praia é outra, lá no ataque, participando das jogadas decisivas como provou quando passou a atuar mais avançado no segundo tempo.

E William, que, com a volta de Neymar, deverá disputar uma posição com Coutinho, pelo visto?

Vai bem na ponta ou no meio, onde o colocarem, pois está em ótima forma e é mais versátil do que Coutinho.

Pena que Tite não decidiu colocar dois novatos em campo: o lateral-esquerdo Ismaylli (é assim que se escreve o Sorridente inglês nessa ortografia atual, tão cheia de y, h, w e z?), ótimo lateral-esquerdo do Shaktar, sobretudo pela participação discreta da Marcelo nesse jogo. Ah, sim, e de Talisca, pô!

Bem, se de nada valesse esse jogo, ao menos serviu para animar a tropa para a grande batalha que aí vem, contra a Alemanha, aquela, lembra?

 

6 comentários

  1. Sim, Alberto, lembro e muito bem!
    Mas, embora seja um amistoso, acredito que o Brasil de Tite vai superar o bom time da Alemanha.
    Acredito, na verdade, que existem outras seleções de nível maior que a Alemanha para enfrentar o Brasil e ser verdadeiramente um teste ao time do Tite.
    Embora tenha classificado facilmente aqui na América do Sul, acredito que não exista seleção (se existir, conta-se nos dedos da mão do Lula, maldade) capaz de enfrentar o Brasil e superá-lo.
    Mas, vamos ver como será o desenho tático contra a Alemanha, com o desempenho, teremos melhores números em mãos para credenciar o Brasil de Tite.
    Grande abraço e saudações.

  2. Valeu Alberto!
    O mais importante é o Tite continuar mantendo a serenidade, a cabeça no lugar e aproveitar o momento para fazer bons jogos, jogar bem e aproveitar adequadamente o potencial dos jogadores.
    Copa do Mundo é uma loteria, pode-se perdê-la num lance bobo, o importante é não dar vexame, e de jogo em jogo, quem sabe até onde podemos chegar dessa vez?…

  3. NA MALFADADA COPA DE 2014 AQUI EM TERRAS BRASILEIRAS, TINHA UM SLOGAN QUE USAVA CRIANÇAS COM A SEGUINTE FRASE ; “-EU NUNCA VI O BRASIL GANHAR UMA COPA”, MAIS OU MENOS ISSO. TENHO CRIANÇAS QUE TINHAM ENTRE 08 E 10 ANOS NA EPOCA DA COPA E QUE SIMPLESMENTE ESTÃO IGNORANDO O EVENTO NA RUSSIA. NA PARTIDA DE ONTEM ME DEIXARAM SÓ VENDO A TRANSMISSÃO NA TV. AH, E NÃO QUEREM NEM SABER DO ALBUM DE FIGURINHAS DA COPA. A COPA DE 2014 FOI DEPRIMENTE PRINCIPALMENTE PARA AS NOSSAS CRIANÇAS. VER OS “HEROIS MÁGICOS E INVENCÍVEIS” NA OPINIÃO DELAS AOS PRANTOS E LEVANDO DE SETE FOI DEMAIS NÓS. O QUE DIRÁ PARA ELAS, É DIFICIL VER O QUE A GERAÇÃO PRINCIPALMENTE DE PELÉ, DEMOROU CERCA DE 15 ANOS PARA ERGUER RUIR COMPLETAMENTE.

  4. Alberto Helena Jr.

    Será Alberto que essa seleçãozinha de gambas do Tite chega nas quartas de final na Russia, sei não hein. Tantos bons jogadores, alguns melhores que os atuais titulares jogando no Brasil e sem chance porque não pertencem a panela do Tite e da CBF. Saudações palmeirenses

    1. Olha J Junior eu tenho sido um crítico ferrenho desse time do Tite. Porém, depois de assistir aos últimos jogos da Espanha, Alemanha e da própria anfitriã a Rússia tô começando a achar que mesmo com Casemiro e Cia pode dar Brasil. Esses times são ridículos, o nível é baixíssimo, você não ver um craque de verdade. Desses times ai talvez se salvem Argentina, Bélgica e França e só. A nossa prova de fogo vai ser mesmo o primeiro jogo contra a Suiça, se ganharmos bem vamos em frente, porém, se ao menos empatar não passa da primeira rodada.

  5. Alberto, vi a escalacao do SP e nao me contenho. Voce nao acha que o logico seria o Diego Spuza mais tres
    atacantes ? Talvez 2 e o Nene. Incluiria o Lucas Fernandes. Ja vi tanta burrice na minha vida futebolistica
    que nao me admira nada. Veja so: a vitoria sobre o SCaetano foi obra de um passe espetacular o Fernandes
    e, ATENCAO, uma cabecada de CRAQUE do D.Souza. Abracos e que Deus nos proteja.

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