Cenário pintado de branco e preto

(Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

O cenário está pintado de branco e preto. O palco é Itaquera, com aquela legião de fiéis delirantes tomando conta das arquibancadas, e, quando o juiz apitar o início da partida, o Timão já começa vencendo por 2 a 0, resultado da partida de ida ao Morumbi.

Com esse placar, o desenho tático do jogo é a sopa no mel para o Corinthians, já que basta se defender bem para garantir a vaga à decisão do Campeonato Paulista. Justamente, o que esse Corinthians atual melhor sabe fazer: defender-se bem.

É verdade que o técnico Carille anda espalhando pelos microfones que mandará seu time marcar o São Paulo lá na frente, pra definir logo o resultado. Pode ser. Mas, cá entre nós, duvido, embora torça para que assim seja, pois o espetáculo ganharia cores mais vivas do que o habitual no futebol brasileiro em geral.

Mesmo porque a única alternativa do Tricolor é exatamente fazer isso: marcar por pressão no campo adversário e atacar, atacar, atacar, e, por fim, atacar, de preferência acertando pelo menos duas bolas nas redes alvinegras pra levar a decisão aos pênaltis.

E atacar é o que melhor sabe fazer esse time do São Paulo de Rogério Ceni.

Andam, aliás, dizendo por aí que o técnico tricolor cogita de já começar a partida com seus dois centroavantes – Pratto e Gilberto -, os artilheiros da equipe, pois, Morato, que estreou tão bem na vitória sobre o Cruzeiro, não pode jogar por razões burocráticas. E o menino Luís Araújo, não anda tão bem… Huummm… O garoto fez quatro ou cinco partidas excepcionais, duas mais ou menos e apenas uma fraca, a última, quando o time todo esteve mal. Pode ser a natural oscilação de início de carreira entre os cobras, mas também pode ser perda de confiança decorrente das constantes substituições a que foi submetido quando estava muito bem.

Mas, enfim, suponho que Rogério saiba o que está fazendo.

Aliás, se fôssemos fazer um cotejo entre os dois times, jogador por jogador, veríamos que o Tricolor leva certa vantagem, embora o amigo possa discordar nesta ou aquela posição.

A saber: Cássio; Fagner, Pablo, Rodrigo Caio e Arana; Jucilei, Cícero, Cueva e Jadson; Pratto e Luís Araújo.

E os dois treinadores?

Acho que a melhor maneira de comparar os dois novatos no ofício é dizendo que se Rogério, pelo tamanho de sua história no São Paulo como jogador e líder supera o carisma de seus jogadores, Carille tem a exata dimensão do seu elenco atual.

Se Rogério é mais articulado e vivido do que Carille, este leva a vantagem de ter cumprido um estágio muito maior à beira do campo, como auxiliar-técnico, o que lhe permite trabalhar dentro de uma faixa de pretensões na medida dos jogadores que dispõe.

Já Rogério – e não poderia ser diferente – aspira algo mais, talvez, além das reais limitações de seu elenco.

Mas, isso tudo não passa de elucubrações em torno de algo que ainda não aconteceu.

E, como todos nós sabemos de cor e salteado, quem vai dar um ponto final nessa história toda é a bola, com todos os seus caprichos e dengos.

 

 

Um comentário

  1. Eu só trocaria o Pablo por Beto Paraguaio e Jucilei por Celso Lazzarini.Fora esses dois, timbre correto e trabalhador,pois dá pra se viver dilson, mas o ghost é de doer !

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