Telepatiando Tite

tite_cbfPermita-me o amigo praticar um breve ato de telepatia e extrair da cabeça de Tite o time que ele projetaria para o jogo de sua estreia contra o Equador: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Marcelo;  Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Willian, Gabigol e Neymar.

Claro que não se trata de telepatia alguma, apenas fruto de tanto tempo observando o comportamento, as ideias e a prática do treinador brasileiro, recebido com júbilo pela imensa maioria da crítica esportiva e dos torcedores em geral e que, na primeira convocação, já provocou ruídos desnecessários.

Recebido com júbilo porque representaria uma quebra da cinzenta rotina que se abateu sobre nossa Seleção desde Felipão, passando por Dunga. Eis, porém, que Tite, ao justificar seu chamado, fala em legado deixado por Dunga.

Ora, o legado que Felipão e Dunga nos deixaram foi uma atroz vergonha.

Não tenho dúvidas de que, no dia-a-dia, Tite é muito mais competente do que os dois indigitados citados. Portanto, capaz de oferecer um trabalho de nível  superior na orientação de seu time.

O que me preocupa de antemão é o conceito sobre a forma de jogar.

Na medida em que não temos – com exceção de Neymar – craques exponenciais, como Rivaldo e Ronaldo, dois eleitos os melhores do mundo em sua época, nem Kaká, nem Ronaldinho Gaúcho no esplendor, aqueles que nos permitiram a última grande conquista, a Copa de 2002, mesmo atuando sob um padrão superado, impõe-se a mudança de filosofia, como gostam de dizer nossos comunicadores.

Não é, todavia, o que se vislumbra no horizonte titeano.

(Espero estar cometendo um erro de avaliação profundo, para o bem de todos e felicidade geral da nação).

O que se vislumbra é um time ainda refém da síndrome do contragolpe, sensato, de acordo com o lugar-comum estabelecido há anos no nosso futebol, com zagueiros bons na marcação e restritos no passe, dois volantes de praxe, embora mais técnicos do que os habituais, um meia de armação e três atacantes, aqui, sim, como manda o figurino da moda (e de sempre).

Nesse sentido, não muda nada em relação ao legado deixado por Felipão e Dunga.

Claro que esse time pode render mais por conta das instruções e estímulos do novo treinador, entre outras coisas, porque Equador e Colômbia, embora em posições mais privilegiadas do que o Brasil, não são timaços desses que não restam a menor dúvida.

Mas, o atual momento do nosso futebol exige algo mais. Exige que a Seleção se imponha, espiritual e tecnicamente, cada vez que entrar em campo, seja contra quem for.

É preciso reunir a nação em torno do nosso time. E isso só será possível quando recuperarmos nossa verdadeira identidade.

Nenhum povo se une em torno do inimigo que, porventura, insidiosamente, tenha assumido nossa cara, resultado de nossa desídia.

 

5 comentários

  1. Se ele escalar esse time ai que mais parece o Juventos de Milton Buzzeto dançamos nos altiplanos ao som do batuque dos Aimarás. Tite estava branco de tanta vergonha na entrevista. Casemiro e Paulinho é dose para mamute. para convocar um time desses ai nem precisaria mandar o anão embora. Tite traiu quem acreditava que ele iria fazer o que Micale fez na olímpica. Eu graças a Deus nunca confiei nele.

    1. Os amarás são da região entre Peru, Bolívia, Chile e Argentina, se a referência for aos próximos adversários do Brasil, Equador e Colômbia, são outros os índios que nos farão dançar, talvez os quéchuas.

      1. Você não deve saber mais conheço bem os Aymarás. Quando há jogos na altitude esses países que você citou nos convidam para tocarmos El condor. Essa música chega a durar a a noite toda. Diz mais ou menos assim:

        Voa El condor, voa.
        Leva consigo o triste tite.
        Triste Tite volverá a los cumbres.

        Pá Pá Pá.
        Voa El condor
        Leva consigo o triste tite.
        triste tite volverá a los cumbres
        Pá Pá Pá.

  2. Bom dia

    Sr. Alberto Helena Jr.
    permita-me descordar do grande Professor,

    Mais acho que sera essa a escalação do melhor treinador que temos:

    Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Gil e Marcelo; Paulinho, Renato Augusto; Lucas Lima, Willian, G. Jesus e Neymar.

    Atenciosamente,

    Rebertt Missão ( Um admirador de seus comentários, um forte abraço!)

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