O adeus das Vettels para Sebastian

Sebastian Vettel ganhou quatro títulos mundiais na Fórmula 1 (Foto: AFP/Toru Hanai)

As Vettels – as torcedoras brasileiras de Sebastian Vettel – se preparam para a despedida do piloto em Interlagos, no dia 13 de novembro, no GP São Paulo de F1. Em 2019, a homenagem das Vettels a Sebastian, no paddock, teve imagens transmitidas para todo mundo. Agora Andrea Borges Leal, Thaís Muray, Jennifer Hugen e Karolina Pedroni estão prontas para a última homenagem ao tetracampeão.

‘Quantas palavras se escreveram e se apagaram antes de começarmos esse texto? Antes de nos darmos conta que seriam as últimas palavras escritas, porém, jamais, uma história apagada. Por que é sempre mais difícil saber por onde começar quando se vai falar sobre o final?

Fomos convidadas a relembrar a trajetória de Sebastian Vettel, considerando que esta será sua última corrida no Brasil. Assim como nos mangás, resolvemos contar a história de trás para frente; começar com o “felizes para sempre”, porque, sendo honestas, acreditamos que um novo “era uma vez” vem por aí.

Para os que pensam que a qualidade de um piloto ou que sua carreira deve ser medida por números ou por recordes, aqui vai algumas informações para que vocês não precisem ler esse texto até o final: Sebastian Vettel é o campeão, bicampeão, tricampeão e tetracampeão mundial de F1 mais jovem da história; com o maior número de vitórias consecutivas numa mesma temporada; com o maior número de vitórias em um único campeonato, empatado com Schumacher; com o maior número de poles positions seguidas por vitórias na mesma temporada; com o maior número de voltas lideradas no ano; com a maior quantidade de grand slams consecutivos; com a maior vantagem de pontos na liderança de um campeonato para o segundo colocado; o piloto mais jovem a conseguir um hat-trick; o terceiro piloto com maior número de pódios, atrás, apenas, de Hamilton e Schumacher; o terceiro piloto com maior número de pontos conquistados na carreira (com a pontuação atual aplicada desde 1950); o único piloto a subir 17 vezes ao pódio numa única temporada, empatado com Schumacher, and so it goes.

Para muitos, Sebastian Vettel se resume nos dados supracitados. Para outros, Sebastian Vettel é o GP da Alemanha de 2018, o GP do Canadá de 2019, o ex-companheiro de Leclerc, o multi 2-1, o piloto que só ganhou porque tinha o melhor carro.

Mas, a verdade é que Sebastian é muito mais que tudo isso. Ele se torna incrível justamente por não se ver como alguém tão grande como os números o fazem ser. E é sobre o “Sebastian Vettel apesar dos recordes” que queremos falar. Várias são as vezes em que Vettel afirma e repete ser um piloto

“esquecível”, que as pessoas logo não se lembrarão de suas marcas. Mal sabe Vettel que ele se faz marcante, inesquecível.

Sebastian Vettel é o piloto que dá nome aos seus carros; que faz os melhores donuts; que ama seu time e que o defende a ponto de carregar, nas costas, todas as culpas e todos os infortúnios, mas não mede esforços para dividir cada momento de glória; Sebastian é o piloto que esconde a bandeira no macacão para estendê-la no degrau mais alto do pódio; é o cara que chora por debaixo do capacete e sobre ele também; é o cara que grita “yabadabadoo” ou “grazie ragazzi” ao cruzar a linha de chegada; é o cara que sabe, de cór, o nome de todos os campeões da F1; mas não só dos campeões! Sebastian é o cara que conhece cada um de seus mecânicos e reconhece cada um de seus fãs; Sebastian é o cara que, ao final de cada temporada, envia cartões de agradecimento pela torcida, pelo apoio. Todo mundo é fã de Sebastian Vettel, mesmo que diga o contrário, porque Sebastian Vettel é o cara.

E é esse Vettel quem pretendemos homenagear em novembro. O último dos tantos novembros que se tornaram os melhores de anos. As melhores amizades. As melhores noites mal dormidas. Os melhores choros, porque, apesar das corridas perdidas e dos abandonos que testemunhamos, tínhamos tantas outras memórias e conquistas para nos apegar. E gratidão é tudo que temos para sentir.

Do nervosismo de conhecer o ídolo, lá em 2018, quando não tínhamos ideia da proporção que as coisas tomariam, Sebastian nos fez, desde então, sentirmos acolhidas cada vez que nos recebe. Então é assim que queremos recebê-lo: com acolhida, com gratidão. Gratas, afinal, ele foi o grande responsável por essa amizade que eu pretendo levar para o resto da vida. E, aqui, peço licença para usar a primeira pessoa do singular: Jenni, Karol, Milena e Thaís, obrigada por caminharem lado a lado durante todos esses anos, pelo ombro-amigo, pelas risadas; obrigada por aceitarem as ideias malucas e por sempre acreditarem que, no final, tudo daria certo – caso contrário, não seria o fim.

São por essas marcas que Sebastian será lembrado. Muito mais do que números, laços foram criados.

É sempre mais difícil saber por onde começar quando se vai falar sobre o final porque, não raramente, achamos que dá para encaixar um capítulo a mais. Dessa vez, não deu. E para quem está curioso sobre o que faremos durante o GP de São Paulo, deixamos aqui uma fala de Vettel: precisamos lembrar desses dias, porque não há garantia de que eles durarão para sempre.’

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