Testes de Barcelona não apontam o campeão

Foto: Josep Lago/AFP

Os testes da Fórmula 1 em Barcelona, antes do início do campeonato, servem como uma espécie de aquecimento. Os carros vão para a pista, corrigem defeitos, os pilotos voltam a se familiarizar com os comandos e há ainda espaço para algumas inovações. Entretanto, o mais rápido depois das duas sessões não tem o caminho assegurado em direção ao título.

De 2010 para 2020, o mais veloz nos testes jamais chegou ao título mundial. Os tempos foram caindo. E a marca deste ano alcançada por Valtteri Bottas – 1min15s732 – é a mais veloz de todos os anos, ficando bem próxima da pole position de 2019, do próprio Bottas, com 1min15s406. Em 2010, Lewis Hamilton foi o mais rápido com McLaren: 1min20s472. Mas o campeão foi Sebastian Vettel que venceu também os três campeonatos seguintes. Mas nunca foi o mais rápido nos testes. Em 2011 o mais veloz foi Michael Schumacher com Mercedes; em 2012, Kimi Räikkönen com Lotus e em 2013, Nico Rosberg com Mercedes.

Em 2014, os testes foram no Bahrein e Felipe Massa foi o mais rápido com a Williams. Mas, no campeonato, o piloto brasileiro terminou em 7º enquanto Lewis conquistou o seu segundo título, o primeiro pela escuderia Mercedes.

Nico também terminou em 1º nos testes realizados em 2015 mas o campeão foi Lewis Hamilton. No ano em que Nico Rosberg tornou-se campeão mundial – 2016 – o mais rápido nos testes tinha sido Kimi Räikkönen que repetiu a dose em 2017 quando Lewis Hamilton levantou o tetracampeonato mundial.

Em 2018 e 2019, Sebastian Vettel deu a impressão de que a Ferrari poderia vencer o Mundial, depois de dominar os testes de inverno. Mas acabou dando Lewis Hamilton nas duas oportunidades.

E em 2020? Se a regra continuar valendo, Valtteri Bottas estaria fora da disputa. Mas isso é muito relativo. E, uma hora ou outra, o tabu vai ser quebrado e o mais rápido dos testes também chegará ao título. E não seria surpresa se Bottas acabar surpreendendo. Ele é rápido, tem o melhor carro na mão, e só precisa de um pouco mais de autoconfiança.

E a Ferrari que não foi bem poderia mostrar mais força a partir do GP da Austrália, dia 15 de março? A escuderia esperava um resultado melhor com as atualizações aerodinâmicas e reconhece que o motor não tem o mesmo gás. Mas a Ferrari é Ferrari. Conta com dois bons pilotos e não pode descartada.

A partir da Austrália o mistério começará a ser revelado.

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