Um encontro de gerações. Dá para resumir assim o Brasil que entra em campo nesta quarta-feira, às 5h (de Brasília), diante da China, na estreia em Tóquio 2020. Entrelinhas, a experiência de Formiga, que vai para a sua sétima olimpíada, e Marta, em seu quinto Jogos. Ao lado delas, a jovialidade de nove atletas – dentre as 22 selecionadas — que participarão pela primeira vez da competição.
A luta pelo título inédito pode ser o último ato das veteranas. Aos 43 anos, Formiga participa dos Jogos desde 1996, batendo, nesta edição, um recorde — será a única atleta a atuar em todas as edições dos Jogos Olímpicos desde
que o futebol feminino entrou no programa de competições oficiais. São mais de duas décadas de Seleção e infindáveis histórias sobre a luta por igualdade.
Formiga costuma dizer que o futebol deu para ela tudo. Inclusive, parceiras na busca por um futebol mais igual para eles e elas. Algumas dessas companheiras, entretanto, tem menos da metade da idade da ídola.
Giovana Queiroz é a mais nova das atletas vestindo o uniforme da Seleção em Tóquio. Aos 18, ela é uma espécie de xodó da equipe. A atacante do Barcelona chegou a jogar pelas seleções da Espanha e dos Estados Unidos nas categorias de base, mas optou por defender o seu país natal no Japão.
Assim como Formiga e Marta, quem também ostenta experiência é Pia Sundhage. Com dois ouros, uma prata e muita experiência olímpica, a técnica garante que Brasil está pronto para os desafios que os Jogos apresentarão.
“O Brasil está pronto, com certeza. Acho que cuidamos de nossas prioridades nesses dois anos de trabalho. Acredito que nossa defesa, que já era boa, é mais sólida atualmente e que nosso ataque é um pouco mais organizado, o que significa que todo o time quer estar na mesma página. Mas eu nunca tiraria o samba, o estilo brasileiro com o qual elas me surpreenderam, porque eu amo isso. E acho que essa mistura, espero, vai nos fazer ir longe nessa Olimpíada”, projetou Pia.
Presente em todas as sete edições das Olimpíadas, a Seleção Feminina tem quatro vitórias e dois empates em suas seis estreias até aqui, com 13 gols marcados e apenas dois sofridos.
Dessa vez, no jogo inicial, encontra uma velha conhecida. Pela segunda edição consecutiva, a Seleção Feminina começa a Olimpíada contra a China. No Rio 2016, a Seleção Brasileira venceu as rivais por 3 a 0, com gols de Mônica, Andressa Alves e Cristiane, no Nilton Santos. Que assim seja.