Tudo que começa, acaba…
Tudo mesmo?
Dizem os mais apaixonados que existe o amor imortal, fonte inesgotável dos poetas e escritores e diretores de cinema, teatro e tv, e que esse, o amor das almas gêmeas, se eterniza e se imortaliza na música como a de Roberto Carlos, DESPEDIDA, cuja frase inicial citamos acima, e que continua muito triste…
JÁ ESTÁ CHEGANDO A HORA DE IR….
VENHO AQUI ME DESPEDIR E DIZER…
EM QUALQUER LUGAR QUE EU ANDAR…
VOU LEMBRAR…DE VOCÊ…
SÓ ME RESTA AGORA DIZER ADEUS…
Não necessariamente tem de ser regada à lágrimas a despedida, mas o que se chora é mesmo coisa de cinema!
No futebol as cores são ainda mais dramáticas, a carreira é curta, a aposentadoria é precoce, porque as pernas deixam de obedecer…e sem as pernas, adeus futebol
O jogador encerra carreira muito cedo, às vezes sem despedida, às vezes no esquecimento, pelo imediatismo dos tempos atuais!
Alguns relutam, lutam pra continuar, atravessar as barreiras do tempo, e vai aceitando propostas cada vez mais insignificantes, em clubes obscuros, sem que ninguém consiga enxergar a dor do adeus…
Em todas as profissões existem os que tentam desesperadamente vencer as limitações impostas pela idade e seguir trabalhando, fazendo do exercício da profissão a sua razão de viver!
Pensa que nós não sofremos?
Quantas vezes assistindo jogos na tv ou ouvindo uma transmissão de rádio, eu volto no tempo e viajo para uma final de Libertadores da América, com estádios lotados, coloridos, duas torcidas entoando cada uma o seu cantar, seu grito de guerra, e meu narrador chamando com as últimas informações, a escalação do time que eu estava cobrindo!
A emoção do grito de gol, o comentario de um verdadeiro expert do futebol, e as reportagens que procuravam mostrar todos os lados de uma história…e foram tantas histórias!
Por isso quando atendi o telefonema de alguém da Sociedade Esportiva Palmeiras, a ligação estava ruim, não entendi o nome, me convidando para estar à beira do gramado no Allianz parque, com o locutor do estádio, o grande jornalista e amigo Anderson Cheni, contando um pouco da minha carreira e escalando o Palmeiras, senti uma emoção indescritível…e pensei, “olha só, parece uma despedida em grande estilo”!
Já dei asas à imaginação, e quase me vi dando a volta olímpica no estádio que eu ainda não conheço, e sendo feliz mais uma vez!
Ainda não sei se vou, mas valeram todas as voltas que a minha cabeça deu, em torno de um simples convite pra estar lá, como tantos outros já estiveram….
Mais uma vez confirmo minha simples filosofia de vida: cada um faz de seus momentos de vida uma festa radiante, ou o choro do inconformado…
Eu escolhi ser feliz!