Canto de guerra ou canto da morte?

Foto: Acervo/Gazeta Press

Dos hinos dos clubes aos gritos de: vai morrer..! vai morrer..!
Das músicas de compositores apaixonados pelo futebol às ameaças de morte!
Das enormes bandeiras coloridas e bandinhas cantando o tempo todo ao grito de guerra!
Onde foi que o amor se perdeu pelo caminho, e acabou vitando um surto de ódio, difícil de conter!
Qualquer Freud de esquina apostaria que todo fanatismo gera a liberação dos piores instintos do homem!
Um dos mais dramáticos episódios violentos, talvez o maior, foi em 1995, final da Supercopa São Paulo de futebol júnior, Palmeiras x São Paulo , empate tempo normal, e gol aos 6 minutos da prorrogação, morte súbita, quem marcasse levava a taça. Torcida do Palmeiras explodiu, invadiu, e foi comemorar no gramado do Pacaembu, não sem provocar a torcida rival…que reagiu, também foi para o gramado, arrebentou uma grade que protegia entulho, paus e pedras, e partiu para o que mais parecia uma batalha campal. Imagens indescritíveis de espancamento, com saldo de 102 feridos, entre eles 22 policiais… e o torcedor do São Paulo, Marcio Gasparin da Silva, 16 anos, passou 8 dias em coma e não resistiu! O palmeirense Adalberto Benedito dos Santos foi julgado
e condenado em 1998, a 12 anos , por assassinato. Cumpriu 4 anos e voltou às ruas e, possivelmente, aos estádios…
Não podemos esquecer 1992, a primeira vítima da Copa São Paulo de futebol Júnior, semifinal entre Corinthians x São Paulo, no estádio Nicolau Alayon, uma bomba caseira atingiu o corintiano Rodrigo de Gásperi, que não resistiu. Ele tinha apenas 13 anos!
Conhecido por “Gordo do ABC”, torcedor do São Paulo foi detido e liberado por falta de provas.
Os ídolos, antes intocáveis, foram entrando no foco dos torcedores mais violentos, se é que se pode chamar de torcedor!
Ameaças de morte substituíram o pedido de autógrafo; tentar atacar jogadores chegando e saindo em seus carros virou lugar comum, e também os treinadores são perseguidos.
Quem poderia imaginar que uma sala de troféus seria invadida por vândalos, como aconteceu no Palmeiras? Muros pixados até dá entender, mas com esta frase: “se não for amor, vai ser pela dor?”
Dizem alguns Freuds de esquina que a violência vem do gramado, dos chutes e carrinhos traiçoeiros, outros apontam erros de arbitragem decidindo títulos, e a impunidade que campeia solta!
Mas quando você espera medidas reais para evitar e prevenir a violência, vem a novidade: os bandeirões estão de volta!!!
Futebol nosso de cada dia, tente explicar!
Tentem explicar os responsáveis, ou seria melhor chamar de irresponsáveis, aqueles que deveriam jogar pela paz, marcando um gol contra!
E que golaço!
Salve-se quem puder!!!

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