Perplexidade e dor

Jornalista Fernanda Viel (e) morreu nesta quinta-feira (Foto: Arquivo pessoal)

Buscando dados e datas para nosso assunto de hoje, que seria o surto de ódio que invade o futebol, me deparei com uma notícia triste: a morte da jornalista esportiva Fernanda F. Viel.

Fiquei parada olhando para a notícia sem fotos e causas, e pensei como alguém pode ser tão irresponsável, postando uma mentira desse tamanho… Não era mentira! Eu queria que fosse!

Mas como pode, se nem doente ela estava… Estava, sim, mas não me contou da última vez que nos falamos, por telefone! Tinha depressão, tristeza profunda, uma solidão cruel, e cometeu suicídio! Fiquei lembrando nossa última conversa…

Falou da sua dor com a partida da mãe, Mirna, há algum tempo… Lembrou o pai, o jogador do Palmeiras, Mexicano, e pelos pais ela tinha o carinho e amor de quem cuida das suas maiores joias, seus grandes valores…

Ela tinha planos, tinha sonhos, e raras vezes a vi sem o sorriso que era sua marca registrada!

No jornalismo esportivo, começou cedo. 16/17 anos…

Creio que tenha sido a única mulher a criar um personagem, Mary Futi, que contava os bastidores e fofocas do futebol com bom humor e alegria, na revista Lance e no jornal Agora

Já tinha visto a Fernanda chateada em raros momentos em que reclamava de alguns colegas de profissão que não “iam muito com a cara dela”…

Que nada. Eram poucos e preconceituosos, eu dizia! Desse mal, também me queixo!

Muito pra lembrar da amiga que se foi, vencida por essa coisa terrível chamada depressão! Muito pra pensar onde falhamos no trato com amigos, não detectando o mal que se instala, a solidão que fere, e a vontade de viver que esvazia o coração…

E não aprendemos nada… Continuamos deixando tudo pra depois… Depois… E o depois já não existe mais!

Triste… Muito triste!

CORREÇÃO E PEDIDO DE DESCULPA – Ao contrário do que foi publicado neste artigo, Fernanda Factori Viel não morava sozinha. Sua irmã, Ana Paula Viel, telefonou para a redação e corrigiu a informação: “Minha irmã morava na minha casa, em Osasco (SP). Ela tinha depressão, que piorou após as mortes dos nossos pais. Procurei o melhor médico e o tratamento estava sendo feito. Foi uma tragédia!” Fica aqui registrado o nosso pedido de desculpa pelo erro de informação.

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