Funções executivas (parte I)

Vocês já sentiram como uma criança que inicia o Ensino Fundamental pode apresentar dificuldades para se adequar à nova rotina tão diferente da que ela viveu nos anos que trilhou no Ensino Infantil? Algumas vezes ela parece estar perdida, pois são novas funções que lhe estão sendo esperadas como resposta no seu dia a dia, e ela se intimida.
Para quem trabalha na Educação Infantil seria muito interessante que pensasse um pouco sobre isso, e como poderia estar ajudando essa criança a se sentir mais confiante nesses momentos de ritos de passagem.
Com certeza já ouviram falar sobre o desenvolvimento das funções executivas que são a base de todo o arcabouço para o futuro desempenho acadêmico dessa criança que apenas está engatinhado nesse caminho. Certo que essas funções serão mais desenvolvidas no Ensino Fundamental, mas como nos diz Piaget, toda aprendizagem deve ser feita passo a passo, respeitando-se a construção das estruturas mentais.
Não é possível chegar triunfante nos anos iniciais do ensino fundamental sem antes ter tido algum treinamento nessas funções executivas que podem ser estimuladas durante sua vivência no ensino infantil.
Que tal se em seus planejamentos, como mediadores na educação física, vocês se propusessem a considerar tais funções em suas atividades?
Fiquemos por aqui apenas refletindo sobre o que nos diz a ciência atual sobre essas funções:
“A ciência nos ensina que cérebros e mentes não nascem, mas são construídos, e no centro dessa arquitetura dinâmica está um conjunto de habilidades chamadas funções executivas e de autorregulação” (Congresso Conapped 2019).
São conjunto de habilidades que contribuem para a produtividade da força de trabalho, e não se espantem quando afirmamos que essas habilidades começam a existir até mesmo na fase de bebê: no seu pequenino cérebro estão as raízes que compõem o
autocontrole, que organizam as ações para soluções de problema como nos conter, pensar e controlar múltiplas informações com múltiplas demandas, direcionar ações, trabalhar efetivamente com os outros, lidar com as distrações, com o processamento de erros e acertos, com o controle comportamental, o uso de regras, das decisões de risco e recompensas, das emoções e suas reações e respostas.
Muitas funções a serem desenvolvidas por meio do cérebro de nossos pequenos infantes! Lembrando que, não há limites para o desenvolvimento cerebral. Tudo vai depender dos estímulos que vamos oferecer para que nossas crianças sejam capazes de enfrentar com tranquilidade e prazer os desafios da vida que se inicia.

Texto da professora Ignez De Nardi.

 

Daniel Carreira Filho

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