O técnico Abel Ferreira do Palmeiras gosta de aparecer. Suas entrevistas são um “espetáculo” a parte ou tentam ser. Para ele nada está bom. O calendário é ruim; o VAR arcaico; a arbitragem sempre erra contra. Do jogo em si, fala muito pouco. O treinador Ramon Diaz do Corinthians faz um ótimo contraponto. Responde qualquer pergunta sem alarido e com educação, mesmo que seja em “portunhol”. Não critica imprensa, julga pouco do apito e gosta de falar sobre qual a tática utilizada naquele determinado jogo. Já Zubeldia do São Paulo faz mais a “linha Abel”. O problema maior é o comportamento dentro de campo. Toda hora é punido por cartões amarelos e alguns vermelhos. Reclama de tudo, bate de frente com os homens de preto e prejudica o São Paulo.
O técnico nunca pode ser maior do que os jogadores. Aliás, não faz gol e nem entra em campo. O velho e bom Muricy Ramalho sempre diz que a “bola pune”. Afinal, para ele dos 100 o/o de uma equipe o técnico pode ser responsabilizado por no máximo 20 o/o. Responsabilidade maior fica com os jogadores 70 o/o e o resto fica por conta da cartolagem, ou seja modestos 10 o/o. Os jogadores são os grandes responsáveis pelo andar da carruagem da bola. Ás vezes heróis, outras vilões, o passo rumo ao sucesso ou ao fracasso é deles e de ninguém mais.
Os treinadores podem aparecer em alguns momentos para explicar tecnicamente uma coisa ou outra do ritmo da partida. Nunca chamarem para si a razão de ser do espetáculo. O mesmo raciocínio serve para a arbitragem. Juiz bom (serve para o VAR também) é aquele que todo mundo nem lembra o nome ao final do jogo. Abel Ferreira e Zubeldia faltam até com respeito com o torcedor, que nada tem a ver com suas frustrações. Telê Santana, Rubens Minelli, Zagallo e os grandes técnicos do passado tinham perfis mais adequados do que os de hoje. E nem por isso deixaram de ter um enorme valor para o futebol nacional.
E tenho dito!