Tri merecido do Palmeiras de Abel

Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP

O Palmeiras sagrou-se tricampeão da Libertadores ao passar pelo Flamengo, na tarde deste sábado, no estádio Centenário, em Montevideu, no Uruguai.  No tempo normal, 1 a 1 (gols de Raphael Veiga e Gabigol). Já na prorrogação, 1 a 0 para o Verdão, de outro “herói improvável”, Dayverson. Título ficou em boas mãos. Afinal, foi uma equipe mais organizada em campo e soube se valer dos erros primários do badalado Mengão, que virou “Menguinho”.

O estrategista Abel Ferreira, até certo ponto, surpreendeu, optando pela juventude de Danilo, insistindo no criticado 3-5-2. E a tática deu certo. Gustavo Gómez desceu pela direita e lançou Mayke. Lateral avançou e cruzou para Raphael Veiga. O meia bateu de primeira e abriu o placar, aos 4 minutos. David Luiz dava condições legais para Mike na origem da jogada. VAR checou e confirmou,  1 a 0.

FLA ENGESSADO

O Rubro negro sentiu a barra. Não conseguia marcar o adversário e nem atacar. Errava passes e se colocava mal e campo. Já o Verdão, que entrou com esquema defensivo, baixou mais as linhas, para complicar a vida do Mengo. Aos poucos, sob o comando de Arrascaeta, o Fla tentava se encontrar. O problema era pegada dos zagueiros alviverdes em cima de Bruno Henrique e Gabigol.

O portuga isolou Rony no ataque e o restante da equipe raramente cruzava a linha de meio campo. Time de Renato Gaúcho ficou “engessado”. Palestra se arriscava só na boa. Felipe Luis acusou um desconforto muscular e foi substituído por Renê. Partida virou ataque (Fla) contra defesa (Verdão). Jogadores rubro negros, nervos, paravam no tal “plano secreto de Abel”.

ARMADILHA DO PORTUGA

Gabigol levantou da esquerda, Bruno Henrique testou para Arrascaeta. Uruguaio pegou na orelha da bola e Weverton catou no reflexo. A única descida perigosa do Fla até aquele momento. Nada funcionava na equipe de Renato Gaúcho, completamente neutralizada e anulada pela tática retranqueira de Abel Ferreira.

O futebol envolvente e ofensivo da equipe carioca desapareceu como passe de mágica. Levar o primeiro gol logo aos 4 minutos desarticulou o poderoso Flamengo, que batia e voltava no “paredão” alviverde. A armadilha do portuga deu certo até demais e Verdão caminhava para o título.

DAR O TROCO

Era tudo ou nada para o Rubro-negro. Teria de se superar tecnica, física e psicologicamente para pelo menos empatar a partida e levar para prorrogação. Na primeira jogada da etapa final, Gabigol e William Arão perderam boas oportunidades. Fla veio para cima.

No entanto, Palmeiras se mostrava seguro e implacável na marcação. Rony, de fora da área, bateu no ângulo e Diego Alves espalmou. Weverton salvou chute da David Luiz. Bela defesa. Escanteio pela esquerda, Bruno Henrique cabeceou e a pelota raspou o poste esquerdo. Quase.

GABIGOL NA REDE

Torcida do Fla presente ao estádio, a grande maioria, pediu em coro Michael.  Renato, então, sacou Everton Ribeiro. A ordem era amassar o retrancado adversário. Abel sacou Danilo e pôs Patrick de Paula.

Gabigol e Arrascaeta tabelaram, defesa alviverde ficou olhando, e o artilheiro fuzilou , 1 a 1. Falhou feio Weverton. A bola foi no canto o dele. VAR entrou em ação. Nada irregular. Tudo igual no placar. A partida pegou fogo. Portuga chamou Wesley. Foi embora Dudu. Tirou o craque do time. No Fla, entrou Matheuzinho no lugar de Isla.

PRORROGAÇÃO

Aflito, técnico palmeirense colocou Danilo Barbosa e saiu Zé Rafael, contundido. Palestra se abalou com o empate. E agora? Defendia ou atacava? Michael entrou sozinho na área, vacilou Piquerez, e chutou para fora. Perdeu gol feito. Que dureza!

Empate no tempo normal foi justo. Palmeiras encontrou o gol cedo demais. Deu campo e espaço para o Flamengo e acabou pagando por isso. Na prorrogação,  o laço iria apertar para os dois lados. Jogadores do Verdão aparentavam agora desgaste físico. Dayverson entrou no lugar de Raphael Veiga, outro com lesão muscular. Kenedy substituiu Bruno Henrique no Mengo.

DAYVERSON NA REDE

A tal prorrogação em ritmo cadenciado. Ninguém aguentava correr. Abel reclamou e levou cartão amarelo. Andreas Pereira atrasou errado para Diego Alves. Dayverson robou a bola e fez 2 a 1, sem perdão. Agora, na cabeça do portuga, era administrar a vantagem e um abraço.

Fla sentiu de novo. Desatenção imperdoável de Andres. Pelota “queimava” nos pés dos rubro-negros. O gol de Dayverson desanimou o time de Renato Gaúcho, que foi à loucura com a apatia dos seus comandados. Realmente, uma jornada péssima da equipe da Gávea.

AGONIA E GLÓRIA

Abel tirou Mayke e pôs Gabriel Menino. Mengo só tinha uma alternativa: atacar e empatar de novo. Renato demorou para mudar a equipe. Tensão geral no Centenário. Vitinho e Pedro entraram na maior “fogueira”. Adeus Arrascaeta e Andreas. O portuga chamou Felipe Melo. Foi embora Piquerez.

O tempo ia passando e o Fla nada de reagir. Pedro ainda bateu de fora sem efeito. Faltando três minutos, jogadores do Alviverde já comemoravam o tricampeonato. No banco do Fla, desespero e lágrimas. Fim de partida. Explosão de alegria e emoção. O esperado tricampeonato chegou. E com justiça. Verdão soube vencer.

E tenho dito!