São Paulo é outro com Rogério Ceni

Rogério Ceni reestreou com empate no Morumbi (Foto: Divulgação/Rubens Chiri)

Para quem assumiu na véspera o cargo de técnico, Rogério Ceni até que mostrou serviço. O São Paulo empatou com o Ceará por 1 a 1, na noite desta quinta-feira, no Morumbi, diante de pouco mais de 9 mil torcedores. Apesar do sexto empate seguido e algumas vaias da torcida, o Tricolor parou nas boas defesas do goleiro Richard. Assim como Volpi destacou-se outra vez, salvando o time de um fracasso. Os gols foram de Fabinho e Carelli. Partida com quase 40 finalizações valorizou o espetáculo, embora o resultado tenha sido ruim para as duas equipes.

Muita disposição e correria por parte dos jogadores são-paulinos na primeira etapa. Estava na cara que a intenção era mostrar serviço para o novo técnico. O esquema tático, pelo menos, voltou para o velho e bom 4-4-2, um arroz com feijão bem feito, digamos assim. Logo a um minuto, IgorGomes chutou colocado e  Richard fez uma “ponte” no ar e evitou o gol.

PEGO DE SURPRESA 

Ceara reagiu com Kelvyn. Ele pegou forte dentro da área e Tiago Volpi espalmou. Ceni chegou pondo ordem na casa tricolor. Reinaldo na esquerda, Benitez de armador e assim por diante. Era outro time em campo em relação ao treinador anterior,  Hernan Crespo. Igor Gomes, no ataque, mostrou serviço. Mandou uma bomba no poste esquerdo de Richard. Um jogo antes, ele atuou de lateral-direito.

Benitez, em seguida, foi travado na hora “h” de finalizar. Mas não basta esforço. É preciso ter sorte no futebol. Igor Gomes deu um chutão dentro da própria área. Bola estourou em Luciano e sobrou para Fabinho. Ele encheu o pé, bola tocou no travessão antes de morrer nas redes de Volpi, 1 a 0. VAR ainda checou e validou. Sem impedimento.

NERVOSISMO

São Paulo, porém, não se abateu. Foi para cima do adversário e criou ótimas oportunidades. Benitez pegou de primeira e Richard se garantiu. Na sequência, Luciano e Calleri ameaçaram com perigo com arremates perigosos. Time de Ceni com mais volume de jogo e bastante intensidade. Faltava capricho nas finalizações.

O veterano Miranda dividiu com o ex-corintiano Mendonza e acertou o rosto do rapaz. VAR pede para o árbitro rever a jogada violenta. O apitador entendeu que zagueiro merecia cartão amarelo apenas e a partida seguiu. Miranda está fora do clássico contra o Corinthians.

VOLPI E TRAVESSÃO

Gabriel Sara criou coragem, avançou e soltou o pé. Richard espalmou e na sobra Luciano acertou a rede pelo lado de fora. Orejuela, de novo, acertou Mendonza. Juiz só assinalou falta. Nem cartão pintou. Apitador acrescentou mais oito minutos. Luciano, livre, goleiro caído, testou firme e pelota estourou no poste direito.

Equipe cearense quase marca mais um. Cruzamento na grande área de Vina. Cléber subiu no 5o andar e cabeceou no chão. Volpi pegou no reflexo, bola ainda tocou no travessão e não entrou. Tricolor afobado no chute final. Vontade de vencer e escapar da ameaça de rebaixamento era tanta que jogadores sentiram a responsabilidade.

TUDO OU NADA

Ceni sabia que estrear com uma derrota, mesmo sem ter tido tempo de trabalhar com.o elenco, seria desastroso. Então, era tudo ou nada na etapa final. No intervalo, instruiu bastante Benitez e Igor Gomes, dando a entender que a armação de meio campo seria fundamental  para uma possível virada. Até a luz apagou de repente e voltou em segundos. Bom ou mal sinal?

E o time começou bem. Luciano cortou dois zagueiros e acertou o canto direito. Richard estava ligadão. Ceará, no contra-ataque, Cléber obrigou Volpi a defesa espetacular. E veio o empate. Zaga cearense bobeou, Richard soltou nos pés de Calleri e não deu outra, 1 a 1. Falhou Luís Otávio.

PRESSÃO E DESGASTE

Ceni sacou Orejuela e colocou Wellington. Gabriel Sara desceu pela esquerda e cruzou. Luciano cabeceou e tirou tinta do poste esquerdo do goleiro. Benitez, de média distância, arrematou por cima. Só dava Tricolor. Ceará não passava do círculo central. Gol da virada amadurecia.

Conforme o tempo passava, o velho desgaste tricolor dava sinal de vida. Erick driblou Wellington e mandou na “gaveta”. Volpi deu o pulo do gato e salvou de forma sensacional. Tabela pela esquerda, Bruno Pacheco fuzilou e outra boa defesa do goleiro são-paulino.

Rogério, então, alterou a equipe. Marquinhos e Vitor Bueno substituíram Luciano e Igor Gomes. Éder e Rodrigo Nestor também deram o ar da graça. Vina, de falta, ameaçou. Na verdade, Wellington pela direita não rendeu o esperado. Por ali, o Ceará levou vantagem. Ceni percebeu e sacou Reinaldo e mudou Wellington para o outro lado. Mostrou ótima leitura de jogo. E ficou por isso mesmo. Novo técnico agradou sim. Time melhorou da água para o vinho.

E tenho dito!