A história se repete! No jogo deste domingo, entre Bahia e Botafogo, pela Série A, a história se repetiu, mas com consequência distinta da que ocorreu no jogo pela Copa do Brasil entre essas duas equipes, realizado em 07/08/24. Neste primeiro jogo, o Gregore, do Botafogo, foi merecidamente expulso por desferir, em movimento dissociado da jogada, um tapa no rosto de Árias, do Bahia.
Já na partida deste domingo, quem desferiu o tapa, e até com mais intensidade e igualmente de modo bem dissociado do movimento para jogar, foi Jean Lucas, do Bahia, em Marlon Freitas, do Botafogo, inclusive quando o agredido já estava vencido e bem atrás de seu agressor. Todavia, para perplexidade de quem gosta de futebol leal e sabe a essência da regra 12, que tem como um dos principais objetivos a preservação da integridade física dos jogadores, Jean Lucas não foi expulso e com a imperdoável omissão do VAR.
Diante dessa conduta do árbitro Ramon Abatti e de seus comandados, comporta fazer três observações. A primeira, é a de que ou a reunião promovida pela CBF, no dia 23/08/24, não produziu qualquer efeito relativamente à tão desejada uniformidade de critérios ou que Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem, entende que tapas nos rostos dos jogadores, quer sejam intencionais ou por ato de brutalidade, são apenas para Cartão Amarelo, com o que estaria dando o infeliz recado de que o futebol é igual a MMA.
A segunda observação, é a de que Ramon Abatti poderia evitar o problema, marcando as faltas continuadas recebidas por Jean Lucas com mais prontidão, pois a suposta vantagem seria muito pequena, significando que os árbitros brasileiros não recebem orientação para atuarem preventivamente.
O último ponto é o de que a arbitragem, realmente, é uma atividade muito complexa e impenetrável. Com efeito, embora a expulsão de Ely, do Grêmio, no jogo pela Libertadores contra o Fluminense, realizado em 20/08/24, tenha recebido opinião unânime de que foi justa, apesar de o golpe não ter sido no rosto e com bem menos intensidade, os tapas dados por Gregore e Jean Lucas, acima referidos, receberam opiniões, embora isoladas, de que foram apenas para Cartão Amarelo! No mundo tem gente para tudo! O certo, porém e por fim, é que o barco da arbitragem brasileira continua à deriva e com apoio institucional.