Flutuando acima do morro

Meia Raphael Veiga voltou a fazer gol de pênalti (Foto: Divulgação/Cesar Greco)

E lá vai o Verdão, flutuando acima do morro, inflado pela excelente técnica de seu elenco e pela organização azeitada de seu conjunto, sem maiores esforços. Isso, quando enfrenta os adversários mais frágeis. Mas, quando necessário, como no jogo contra o Galo, desdobra-se em campo até afastar aa derrota iminente.

Foi assim que o Verdão venceu mais uma, ao bater o Goiás no Parque pela contagem clássica de 3 a 0, com direito à esperada redenção de Veiga nas cobranças de pênalti, nas quais era implacável antes de perder três delas em seguida.

Desta vez, porém, acertou as redes inimigas, aos 48 do primeiro tempo, quando o Verdão já vencia por 1 a 0, golaço de Mayke, aos 20 minutos de bola rolando.

E vencia porque jogava melhor – sólido na defesa e insinuante no ataque. Nada excepcional, é verdade, mas o suficiente pra dar mais um passo à frente dos seus perseguidores na busca do título nacional.

E olhe que Scarpa, o craque do campeonato até agora, espiava tudo do banco de reservas.

Até que entrou, juntamente com Danilo e Rony, de regresso, depois de se recuperar de lesão. Mas, foi Atuesta, em belo tiro no ângulo, quem fechou o placar, aos 37 da fase final.

No quesito resultado, o Palmeiras vai de vento em popa, embora tenha patinado vez por outra. Em termos de organização tática, tudo bem, assim como na disputa pelo lugar mais nobre da competição.

Onde não avança na mesma proporção é no plano do espetáculo, que poderia ser mais fulgurante. Um toque a mais de brilho bem viria a calhar para iluminar de vez essa caminhada vitoriosa.

Repetirá, então, o amigo mais cego de paixão o refrão da moda: “Ora, o que vale é o resultado, meu!”

Claro, o resultado é o objetivo maior do jogo. Mas, a forma de obtê-lo é que faz do futebol um espetáculo tão diverso e hipnótico para as massas do mundo inteiro. A começar pelo desafio à lei da gravidade, pois jogado predominantemente com os pés, ao contrário dos demais esportes em que a bola é manuseada com as mãos (desculpe a redundância). Só isso já transforma o futebol numa arte, além de um jogo.

Se tudo se resumisse apenas ao resultado, então façamos o seguinte: os jogadores se paramentam, entram em campo, perfilham-se, cantam o hino nacional, os dois capitães, sob o olhar arguto do árbitro tiram par ou ímpar. O ganhador vibra junto com a plateia e vai todo mundo pra casa.

3 comentários

  1. Boa noite!
    Impossível concordar com o nobre jornalista!
    Apesar do Palmeiras ter um bom time, não tem nem de perto a qualidade individual do Flamengo!
    Porém o futebol mudou, e mudou muito. Jogo em conjunto, ocupação dos espaços livres e obediência técnica também são sinais de excelente futebol. Basta ver o lance do primeiro gol do Palmeiras hoje e analisar os toques rápidos e a corrida do Mayke que estava dentro da área do Palmeiras quando o lance iniciou.
    Mas já estamos acostumado com esse tipo de coisa. Espero que nesse caso seja apenas um mal humor momentâneo do nobre jornalista, do que acreditar na má vontade generalizada comum da mídia esportiva brasileira contra o Palmeiras.

  2. Nada mais se pode fazer, do que concordar em gênero, número e grau com a ilação do distinto jornalista! Futebol é um jogo de 11 contra 11. Não de 11 bons contra onze ruins ou 11 ruins contra 11 bons. O Palmeiras desta vez convenceu, não porque o adversário Goiás é meia boca, porém porque o Abel Ferreira teve a oportunidade de testar a reposição de peças de boa qualidade. Um torneio não se ganha ou se perde numa partida, a menos que seja a final.
    No momento o Palmeiras não está jogando muito melhor do que o Flamengo, mas tem um elenco muito mais preparado para o sufoco de muitos jogos com calendário apertado. Isto, neste nível, time nenhum (e o Flamengo ainda menos) tem a oferecer. O Palmeiras tem e – sem querer morder a língua – pode até por isso ganhar um ou outro torneio.

  3. Memil. o Palmeiras é um time de operários categorizados e não um time de elite, de finos toques,, como quer o nosso prezado mestre Helena. É um time que joga o arroz feijão, que tem como objetivo a vitória e não ficar tocando bonito, já que não tem jogadores tão badalados e caros ,como o Flamengo. (Aliás, por falar em Flamengo, onde os caras arrumam tanto dinheiro para fazer contratações tão caras e pagar salários absurdamente altos para jogadores, como lá na Gávea?) Então, o que se esperar do verdão a não ser muita luta, muita garra, e porque não as vezes sorte, porque sem ela não somos ninguém. O importante é que com esse time (alguns entraram, outros saíram, mas a base é a mesma) o verdão faturou diversos títulos, quebrou N recordes, lidera com certa folga o brasileirão e eu tenho fé ( é preciso muita, kkk) que vai vencer o Atlético Mineiro e caminhar firme na Libertadores.

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