Tricolor, do céu ao purgatório

São Paulo abriu vantagem contra a Universidad Católica (Foto: AFP/Javier Torres)

Que doideira, sô! – exclamaria o mineiro de hábito tão contido diante dessa bizarra goleada do São Paulo no Chile sobre o Universidad Católica.

A começar pelo desempenho impecável do Tricolor no primeiro tempo, expresso claramente nos 3 a 0 que marcaram essa etapa: firme na marcação, pleno domínio do meio de campo, onde Nestor se destacava, e insinuante no ataque, sobretudo pelas investidas de Reinaldo na função de ala pela esquerda, papel que ele conhece de cor e salteado.

E assim foram saindo os gols, naturalmente: aos 11 minutos, pênalti em Calleri que Reinaldo guarda; aos 28, aproveitando lambança na saída de bola da defesa chilena, Luciano espanta a zica, que rolaria pelo ralo quinze minutos depois, em tabela esperta com Reinaldo.

O Tricolor, então, entrou no vestiário com a auréola de São Paulo ungindo sua cabeça.

Mas, na volta, ai, ai, ai, ai, ai… mergulha num purgatório insano.

Logo de cara, toma o gol de Zampedri, que não se perde pelo nome italiano em homenagem ao parceiro do santo tricolor, aquele das chaves que parece ter aberto as portas do inferno.

Sim, porque um minuto após, Igor Vinícius é expulso.

Ceni, então, tenta uma jogada perigosa: em vez de escalar um outro ala direito como Rafinha troca Luciano por Patrick. Pois, acabou sendo o toque mágico: Patrick escapa pela esquerda, breca, dá uma letra entre as pernas do beque, serve a Igor Gomes que recua para Calleri acertar o cantinho do goleiro: 4 a 1.

Mesmo com um a menos, o Tricolor estabelece uma goleada que praticamente lhe asseguraria a vaga na Sul-Americana no jogo da volta, no Morumbi. Quem sabe até ampliando o placar já confortável.

Mas, com três a menos, nem apoiado por todos os santos. Sim, porque logo em seguida Nestor foi expulso, assim como Calleri, mais adiante.

Dessa forma, com oito contra onze, o São Paulo resistiu o quanto pôde, graças a Jandrei que, no entanto, não conseguiu evitar o segundo dos chilenos, marcado por Valencia já no finzinho da partida.

Ainda assim, o Tricolor vai receber o Universidad Católica, em casa, já vencendo por 2 a 0. Tá bom demais, não tá?

4 comentários

  1. Na capa da Gazeta: ‘Ceni suspeita de árbitro por abraços e beijos em rivais’.
    Mui interesante…
    Sera que o gajo suspeitou dos arbitros contra o Palestra tambem!?

  2. Olá Dr. Helena Jr, excelente avaliação tua da situação do São Paulo. Na verdade não é “do céu ao purgatório” porém “purgatório ao céu”. Primeiro tomou uma porrada do Palemeiras, no final do último round, depois bateu o mesmo Palmeiras, agora se apresenta de cuecas e goleia o adversário lá fora. De resto você retrato e descreve com detalhes o problema morumbista.
    Tenho sido um crítico do Ceni. Apesar de nunca ter sido morumbista, sempre acompanhei o clube que deu muitas alegrias a um querido tio meu que era um desses sampaulinos maníacos. O Ceni foi um bom goleiro, como treinador não o vejo bem. Entretanto, é mesmo necessário considerar que ele tem os mesmos problemas do Palmeiras, Flamengo, Atlético Mineiro que jogam em três torneios ao mesmo tempo. Neste aspecto é sempre necessário ir remontando o time com os que saem da enfermaria, mais um ou outro garoto da base, ou mais que cumpriu a pena obrigatória. O Abel Ferreira explica este problema bem no Mesa Redonda, um câncer que só afeta o futebol brasileiro: a cada dois dias um jogo.
    Por isto tudo acho que o Ceni está até conseguindo segurar a peteca. Não vai ser suficiente para ganhar muita coisa, mas mostra que o São Paulo pode ressurgir das cinzas, como a fênix mitológica. Ganhar um jogo no campo de guerra do adversário com 7 gatos pingados e mais um goleiro, é de tirar o chapéu.
    Saudações amigas, MEMIL

  3. Foi um “achaque” futebolístico o que fizeram contra o tricolor ontem. O São Paulo tem que massacrar esses gringos no jogo da volta, sem piedade !!!!

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