Meu Brasil brasileiro

Seleção Brasileira goleou o Uruguai em Manaus (Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo)

Lembro lá no título o verso de Ary Barroso que há quase um século encantou o mundo, juntamente com os arabescos dos jogadores de futebol do Brasil que faziam os europeus visualizarem o gramado como uma Aquarela do Brasil. Até a noite desta quinta-feira, o Brasil da CBF mais se assemelhava a um quadro de horror como Guernica do gênio espanhol.

Mas, de repente, a Seleção Brasileira deu uma forte guinada e resgatou aquele futebol encantador, ofensivo, pleno de invenções, graças, sobretudo, a Raphinha, seus dribles estonteantes, seus dois gols e uma assistência a um renascido Neymar, o velho e imparável Neymar dos tempos de menino.

Resultado: Brasil 4, Uruguai 1.

Placar construído com arte e esmero, não uma daquelas goleadas aleatórias, fruto de falhas do adversário ou sorte nossa. Nada disso. Esse foi o resultado de um jogo agressivo, composto de passes e dribles sucessivos e bem executados, que poderia até atingir números imprevistos quando se trata de um adversário como a Celeste Olímpica, historicamente um adversário aguerrido e perigoso.

A goleada se iniciou logo aos 9 minutos de bola rolando, quando Fred levantou para Neymar, na área, matar no peito, enganar o goleiro e meter a bichinha nas redes.

Aos 19, foi a vez de Neymar servir a Raphinha, que invadiu a área pela direita, em alta velocidade e tocou de canhota.

O terceiro gol, veio aos 12 do segundo tempo, quando Neymar lançou Raphinha, deslocado pela esquerda, de onde disparou um tiro certeiro.

E o quarto, que mereceu confirmação do VAR, veio de outro levantamento de Neymar para o cabeceio certeiro de Gabigol.

Acrescente-se a isso tudo a excelente participação das experiências feitas por Tite, com as entradas de Lucas Veríssimo, na zaga, e Emerson Royal, na lateral-direita, além de Antony, que, a exemplo de Gabigol, merece uma titularidade nesse time.

Enfim, Tite mudou o braço da viola e a esperança é que ele siga executando os acordes encantadores dessa Aquarela do Brasil, um hino nacional cantado até hoje pela torcida do Bayern, quando seu time arrasa o adversário, jogando um futebol a la brasileira.

 

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