Ainda estou boquiaberto diante do que vi na tv, direto da Fonte Nova, na noite desta terça-feira.

O Palmeiras, de elenco tão qualificado para o nível do futebol brasileiro, passou todo o segundo tempo diante do modesto Bahia, levando um sufoco inacreditável. Tal, que se não fosse Jaílson, autor de cinco defesas providenciais, teria voltado para São Paulo carregando nas costas uma goleada histórica.

Na verdade, o Verdão parecia um timinho de várzea, recolhido numa esquina da Pompéia, acuado lá atrás, sem capacidade para atravessar o meio de campo, enquanto o Bahia rolava a bola sempre em direção à meta de Jaílson, criando chances atrás de chances.

E isso não é figurativo, não. Foi fato, constatado pelas câmeras de tv, sem edição ou qualquer truque.

Eis, então, o Palmeiras sem uma gotícula de criatividade para sair dessa enrascada vexaminosa e Scarpa, um dos raros criadores do elenco, sentado no banco, de cabo a rabo, enquanto o técnico vai trocando volante por volante, centroavante por centroavante, numa prova cabal de absoluta falta de visão, o que só bagunçou ainda mais o time, como de hábito, diga-se.

Dessa forma, o Verdão perdeu a terceira posição na tabela do Brasileirão para o RB, que acabara de vencer seu jogo com o Atlético GO, e está mesmo sendo ameaçado pelo Corinthians, se continuar nessa série de seis insucessos seguidos.

Claro, pode até ser campeão da Libertadores, batendo o Flamengo no mês que vem. Pode, pois num jogo só o aleatório está sempre à solta no gramado. Afinal, não foi assim que o Verdão levantou a taça continental diante do Santos, num jogo, aliás, horroroso praticado por ambos?

Então, tá.