…O que eu queria/ Era um samba enfezado, compassado, ritmado,/Cheio de harmonia…

É a voz do Caboclinho Querido entoando na memória quando eu soube que Tiago Nunes queria fazer seu Timão dançar ao ritmo do rock’n roll – uma pedra que rolou na ribanceira da desilusão e redundou na causa mortis do meu pobre coração, como reza outro velho samba.

O fato é que nem rock, nem samba embalaram o Corinthians em Novo Horizonte. Foi mais uma dessas baladas sertanejas melancólicas, de versos vulgares e acordes insossos, o que justificou plenamente o placar final de 1 a , gols de Gil, de cabeça, em falta cobrada por Fagner, aliás, comprometida pelos lances anteriores, e de Jenilson.

Vários foram os fatores que levaram o Timão a esse comportamento bisonho neste sábado, embora o técnico Tiago tivesse tempo suficiente pra melhorar o padrão de jogo de sua equipe ao longo da semana vazia. Mas, o mais significativo foi a presença ausente de Luan ao longo de toda a partida.

Luan é, teoricamente, o craque da equipe, aquele a quem cabe romper o lugar-comum com a bola nos pés, multiplicar-se em campo e servir de elo entre o meio de campo e o ataque. Pois não foi nada disso, nem de longe.

De resto, a inexplicável permanência de Camacho no banco tirou de Cantillo o parceiro ideal pro desenvolvimento de seu refinado jogo na armação do time, sem falar na esdrúxula substituição de Everaldo, o único atacante que conseguia perturbar a defesa adversária. Muito mais, por exemplo, do que Janderson, inútil pela direita, embora esforçado.

E assim segue o Corinthians no descompasso, atravessando o samba, o rock e o pancadão.

Já o Palestra, pouco antes, naquele tapete raiado do Parque ameaçou uma tarantella em cima da Ferroviária, sobretudo depois do gol de William, mas acabou caindo numa lamuriosa canzonetta napolitana, e levou o empate, com Tony.

É verdade que o Verdão jogou com um time reserva, embora Luxa tivesse apelado para Dudu e Bruno Henrique, no segundo tempo, sem êxito. Mesmo assim, o time verde que estava em campo desde o começo era muito superior ao adversário e deveria fazer valer essa diferença.

Por fim, o único vencedor dos grandões que entraram em campo neste sábado de Paulistinha foi o Santos, na Vila. E foi com tudo sobre o Mirassol, abrindo 3 a 1 no primeiro tempo. Trepidou um pouquinho no início do segundo tempo, mas logo se aprumou e poderia ter encerrado o jogo com um placar ainda mais contundente.

O mais importante é que o Peixe começa a dar sinais de melhora nas mãos de Jesualdo Ferreira. Vejamos se isso se expressa também na Libertadores, no meio de semana. Quem sabe sejam os bons fados soprados d’além mar?