A volta de Neymar e o previsível

Foto : Pedro Martins/Mowa Press

O resultado, nesses casos, pouco importa, embora, é claro, vencer sempre é melhor, sobretudo quando o adversário é técnica e historicamente inferior. Mas, o empate com a Colômbia foi justo: eles jogaram melhor no primeiro tempo, quando fizeram 2 a 1; e o Brasil foi superior no segundo, quando empatou por 2 a 2.

O que vale mesmo nesses caça-níqueis da Seleção é aproveitar a chance pra tentar novos caminhos para um time que tem sido previsível na sua forma de jogar desde a ascensão de Tite ao comando da canarinho, com resultados positivos, diga-se. E, também, para que o técnico possa fazer experiências com jovens jogadores visando à Copa do Mundo.

Algumas dessas experiências têm sido feitas por Tite. Nesta noite de sexta-feira, por exemplo, colocou em campo Neres, Paquetá e Bruno Henrque, já no finzinho do jogo.

Contudo, não mudou o braço da viola. Isto é: a formação do meio de campo, que é o centro nervoso de qualquer time de futebol. Seguiu composto por Casemiro, Artur e Coutinho, mais o auxilio esporádico de Firmino. Nenhum deles tem as características de um autêntico meia-armador, aquele sujeito que serve de metrônomo, controla o tempo da bola e a destina com exatidão para as zonas menos povoadas de adversários, além de chegar de surpresa à área para finalizar também. Artur, seguramente, não é esse jogador, ainda que receba e toque a bola com frequência mas sem a necessária imprevisibilidade. Tampouco se aproxima da área inimiga.

Seria o caso, nas atuais circunstâncias, de experimentar Neymar por ali, abrindo espaço na esquerda para Bruno Henrique ou Vinícius Jr. (no futuro, Cebolinha)? Acho que sim, pois Neymar, além de seu ímpeto ofensivo, é um craque que sabe como poucos meter a bola no lugar certo, de surpresa.

Experimente. Se não funcionar, sempre haverá tempo de chamar o garoto Gérson do Flamengo, talhado para essa função.

Aliás, falando em Neymar, o carinha voltou de longo afastamento dos campos – por lesão seguida de encrenca com seu clube – e foi como se estivesse duas semanas de folga. No primeiro tempo, conteve-se ali pela ponta-esquerda para, no segundo, marcar o gol de empate, desinibindo-se  ao seu estilo, driblando, investindo sobre o adversário, virando o jogo de maneira imprevista pra colher um companheiro desmarcado e tal e cousa e lousa e maripousa, sem falar no pênalti claro que sofreu e o juiz não deu.

E essa acabou sendo a melhor nota desse jogo Neymar está de volta, pelo menos pra nós.

 

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