Salve o Corinthians… Ou melhor: salve-se esse Corinthians que bateu o Botafogo por 2 a 0 no arquivo vivo do Brasileirão. Nem tanto pela vitória em si, pois jogava em casa e diante de um Glorioso extremamente fragilizado nos últimos anos. Mas, sim, pelo modo de jogar, o inverso do que o Corinthians de Carille tem nos exibido nesta temporada.

Sobretudo, no primeiro tempo, quando foi um massacre tático e técnico do Mosqueteiro. Tocando a bola com presteza e ciência desde o meio de campo, sem entretanto dar espaços para contragolpes do adversário, o Timão fez catorze finalizações a gol, contra apenas uma do Bota.

Numa delas, Pedrinho recolheu na direita, balançou diante do beque, cortou e cruzou na medida para Boselli disparar um voleio perfeito na altura da marca do pênalti: 1 a 0, aos 41 minutos do primeiro tempo.

Noutra, aos 11 do segundo período, novamente Pedrinho ataca pela direita, corta pra dentro e dispara; no rebote do goleiro, Everaldo escolhe o canto esquerdo: 2 a 0.

Como se vê, Pedrinho foi essencial na construção do placar. Mas, a verdade é que o time todo jogou muito bem, com destaques para o menino Carlos Augusto, Everaldo, muito ativo pela esquerda, e Mateus Vital, na armação do meio de campo.

Contudo, tenho cá comigo que muito disso se deva à presença de Gabriel no lugar de Ralf. Mais leve e múltiplo na função de primeiro volante, dinamizou o meio de campo corintiano, impulsionando-o à frente com passes medidos e vitalidade tanto no combate quanto na saída de jogo.

Só espero que essa seja a marca da evolução do Corinthians e não apenas um lampejo em meio à escuridão.