Deu Brasil. É só o que importa. Só?

Foto: Pedro Martins/MoWA Press

O calor sufocante de Jeddah, na Arábia Saudita, somado ao medo recíproco das duas equipes, fizeram desse Clássico dos Clássicos sul-americano um jogo de poucas emoções e rala invenção.

Entre uma faltinha aqui e outra ali, brasileiros e argentinos levaram a inhanha até os 48 minutos do segundo tempo, quando Neymar cobrou corner da esquerda pra Miranda, de cabeça, definir o placar: 1 a 0.

É bem verdade que o mesmo Miranda, ainda no primeiro período, havia criado a maior de todas as chances da partida ao receber na área, matar a bola e disparar pra Otamendi salvar de cabeça em cima da risca.

De resto, Brasil e Argentina se alternaram no domínio da bola, um domínio, porém, estéril, pois sempre barrado pelas duas defesas.

A Argentina tem a desculpa de não contar com Messi, além da desestruturação gerencial com a presença de um técnico interino à beira do campo.

O Brasil, não. O Brasil, simplesmente foi mal escalado por Tite, que resolveu colocar em campo, desde o início, a dupla de centroavantes formada por Gabriel Jesus e Firmino, com o menino mais aberto pela direita. Nenhum dos dois respondeu à altura. Entre outras coisas, porque o sistema de armação do nosso time não funcionou, com Coutinho, por dentro, tentando criar por ali.

Até hoje, parece, nossos treinadores e comunicadores não têm a menor ideia do que seja a figura do meia-armador, figura essencial em qualquer meio-campo que se preze. Ou é um volante, ou um meia ponta de lança, aquele semi-atacante que Cilinho batizava de 8 e meio. Nem Artur, um volante de boa colocação e passes curtos, nem Coutinho, cumprem essa função no seu sentido básico.

A par disso – ou talvez por isso mesmo -, Coutinho fez sua pior partida na Seleção. Errou passes, chutes a gol e se posicionou sempre mal nas investidas brasileiras. Merecia ser substituído já no intervalo pelo único jogador selecionado capaz de cumprir essa tarefa – Renato Augusto.

Assim como Gabriel Jesus deveria ceder seu posto muito antes a alguém como Lucas, do ramo. Tite demorou, mas trocou o menino Jesus por Richarlison, que melhor seria no posto de Firmino.

Diante disso, a Seleção viveu tão-somente das arrancadas de um Neymar solto entre a ponta e a meia, suas enfiadas prodigiosas, seus dribles, o de sempre, diga-se.

De qualquer forma, vencemos os hermanos, e isso encobre tudo o mais, nesse universo composto de clichês e rivalidades equívocas.

 

3 comentários

  1. A EFICIÊNCIA DAS COBERTURAS QUE FAZ ESSE CASEMIRO É ALGO DE SE ADMIRAR!!!!!! FORA ISSO, GANHAR SOFRIDO DO SUB 20 DA ARGENTINA É PARA FAZER A GENTE REFLETIR UM POUCO SOBRE A QUANTAS ANDA O NOSSO FUTEBOL…

  2. Consegui assistir só até os 20 minutos. Depois achei mais vantajoso fazer minha sesta da tarde, efui dormir. Estava mais monótomo que Luverdense x Sampaio Corrêa pela Série B.

  3. Alberto Helena Jr.

    O jogo foi horrível, burocrático, sem emoção, só para cumprir tabela e enganar aqueles arabes que acham que isso é o verdadeiro futebol brasileiro, ganhamos o jogo num escanteio em que o Miranda num empurrão manda o beque argentino lá para a linha de fundo e depois cabeceia a bola sozinho, não é a primeira vez que ele faz isso e nem será a ultima, fosse o juiz de melhor qualidade técnica invalidaria o lance logo na hora do empurrão mais aí entram os petrodolares, euros ou sei lá o que e segue o enterro, a selenike agoniza nas mãos do treineiro santinho do pau oco com fala mansa de padre, até quando vai isso, não vamos nos classificar na Copa América e daremos mais vexame em 2022 no Quatar com esse retranqueiro made in itaquera de técnico. Saudações palmeirenses.

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