Tecnologia salva a França: 2 a 1.

Foto: FRANCK FIFE / AFP

Na sua estreia na Copa, a França só plantou dúvidas na cabeça de quem a considera, pelo valor técnico de seu elenco, uma das principais favoritas ao título. Isso, porque sofreu pra vencer por 2 a 1 a frágil, embora dedicada, Austrália, que se classificou na repescagem, diga-se.

E sofreu menos pelo empenho do adversário do que por suas próprias deficiências, sobretudo, na armação das jogadas de ataque a partir do meio de campo (sem falar na falta de categoria e ambição dos dois laterais substitutos dos titulares Mendy e Sidibé, no banco, ainda em recuperação de lesões – Hernandez, pela esquerda, e Pavard, pela direita).

A composição desse setor vital, com três volantes de estilo e vocação (Kanté, Pogba e Tolisso), não permitia que o jogo francês fluísse em toques de bola inteligentes e eficazes, o que deixava o excelente trio atacante (Dembèlé, M’bappé e Griezmann) ao deserto das bolas mal metidas. Coisas de Deschamps, o Dunga deles lá.

E assim, apesar do infrutífero maior domínio da bola, a França só chegou ao gol australiano numa cobrança de pênalti de Griezmann, por ele mesmo sofrido, aos 10 minutos do segundo tempo.

E aqui entra a excelência da instituição, ainda que tardia no futebol, do árbitro de vídeo.

Griezmann foi derrubado na área e o juiz mandou seguir o jogo. Eis, porém, que, advertido pelo VAR, foi à beira do campo e verificou no monitor seu erro. Voltou atrás e marcou o pênalti. Nada mais justo do que o fato bem constatado.

Logo em seguida, porém, o juiz dispensou o auxílio até mesmo do bandeirinha, pois Umtiti saltou com o braço levantado pra cortar bola alçada em sua área, e tocou-a com a mão. Pênalti, que Jedinak transformou em empate por 1 a 1.

Só a partir do último quarto do jogo, Deschamps resolveu mexer na sua equipe, tocando na ferida ao colocar em campo o meia armador Matuidi, que, ao lado de Fekir, outro meia, porém, mais ofensivo, deu a devida harmonia ao setor de criação de sua equipe. Não por acaso, eis que, em seguida, Pogba penetra na área e toca bola que se choca com o travessão e cai além da linha da meta australiana, goleiro batido.

Novamente, a tecnologia entra em campo, advertindo o juiz, através do apito em seu relógio, que foi gol. Perfeito.

Foi a primeira vez, numa Copa do Mundo, em que o futebol realmente avançou no tempo e no espaço. Fora do campo, porque dentro…

 

 

2 comentários

  1. Bravo, meu bom velhote. Por isso, que venho sempre neste pedaço de conhecimento pra saber mais sobre futebol. Pois, estava em cheque se o Pogba era volante ou meia armador, e achava que Matuidi era volante de técnica esmerada, agora fico sabendo que é meia. Agradeço ao amigo pelo compartilhamento.

  2. Obrigado pela sempre clara aula de conhecimento. Quanto ao fato de o jogador(genericamente falando) subir com o braço aberto, ou para cima, há aí uma confusão que os velhinhos das regras cometem. Nenhum ser humano pode pular, seja para frente ou para cima,com os braços colados ao corpo. Para exemplificar valho-me de outros esportes. No atletismo(110 c/ barreiras) conseguiria VS imaginar o corredor com os braços colados ao corpo? Na natação, a saída da base com os braços colados? Em todos os casos o que ocorre é a necessidade de se aumentar a quantidade de movimento( massa do corpo X velocidade) que ajuda na impulsão. claro que há casos em que o jogador de futebol usa ilicitamente o braço , mas essa exigência de braço colado ao corpo é que é o movimento anti-natural, pois com os braços abertos( ou jogados para cima ou para frente) aumenta o equilíbrio e a quantidade de movimento do movimento.
    Abs Mestre

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