Clássicos caseiros no Brasileirão

Neste fim de semana, teremos três clássicos domésticos no Brasileirão: Sansão, no Morumbi, Galo e Raposa, no Independência, e Flamengo e Vasco, no Maracanã.

Meu saudoso amigo e jornalista de texto invejável, Moacir Japiassu, vascaíno doente, jurava que o Vasco tinha mais torcida nos morros cariocas do que o Mengo, cuja grande massa de torcedores se espalhava pela Zona Sul. E dava sua explicação mezzo sociológica: é que os crioulos, que tanto dependiam das penduras nos bares  do português da esquina, acabavam, pra deleite do murruga, pregando no peito a Cruz de Malta (que é de Aviz, diga-se), como sugere a marchinha antológica imortalizada na voz de Linda Batista:

Vamos lá que hoje é de graça

No boteco do José,

Entra homem, entra muié.

Basta dizer que é vascaíno

E que é amigo do Lelé

Reprodução: esporte ilustrado

Lelé, só pra constar, foi um meia-direita, artilheiro, famoso por seu sem-pulo indefensável, que surgiu no Madureira, ao lado de Isaías e Jair Rosa Pinto, denominados Os Três Patetas em homenagem ao trio de célebres humoristas de Hollywood, que ganhou fama no Vasco, passou pelo São Paulo e encerrou sua carreira na Ponte.

Dito isso, corte para o presente, quando o Flamengo, com seu ilustre elenco, está em situação mais privilegiada do que seu rival eterno, que vem de duas derrotas nas Copas em curso.

Ao acertar o posicionamento de Éverton Ribeiro, autor dos dois gols recentes do Mengo, as chances do Rubro-Negro aumentaram em muito nesse clássico carioca.

Situação semelhante ao do clássico mineiro, em que o Cruzeiro, de campanha mais convincente do que a do Atlético, que vem patinando, sendo eliminado agora pouco de duas competições – a Sul-Americana e a Copa do Brasil.

Diria que está mais para a Raposa do que para o Galo, embora o jogo seja no campo adotado pelos carijós, o Independência.

Quanto ao Sansão, não só porque o Morumbi favorece ao São Paulo, mas, sobretudo, porque o Peixe não consegue deslizar sob o comando de Jair Ventura como no passado mais recente. Uma das razões é a demora na efetivação de Vítor Bueno nesse meio-campo, assim como a ausência constante de Renato, aquele velhinho que dá ciência e ritmo a esse setor tão vital de uma equipe de futebol.

A sorte do Santos é que o São Paulo de Aguirre, apesar da sucessão de empates recentes, não sugere algo muito mais do que isso, por conta das tantas alterações no time e da inconstância na escolha do sistema de jogo adotado – ora, com três zagueiros; ora, com três volantes, ambas excessivamente defensivas, enquanto, por exemplo, o menino Lucas Fernandes envelhece no banco, apesar de conferir outro movimento ao time quando entra em campo.

Enfim, vejamos no que vai dar essa rodada de jogos, pela própria natureza, imprevisíveis.

 

 

 

3 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    Você não falou mais eu falo o Palmeiras joga com o Bahia, não será um clássico regional e com todo o respeito ao Bahia não será nem um clássico pois não há paridade de time pelo menos no papel entre os dois clubes, mais como papel não ganha jogo vamos jogar sério e ganhar do Bahia hoje a noite e liderar o campeonato brasileiro pelo menos até amanhã quando haverá o complemento da rodada pode ser que até mais que um time que esteja a nossa frente perca e aí pelas beiradas vamos chegando até assumirmos a liderança e irmos até o fim do campeonato como foi em 2016. Saudações palmeirenses.

  2. Você não erra, mas estranhei em seu texto a construção “agora pouco”.
    Está correto?
    Pesquisei no Google e achei “agora a pouco” e “agora há pouco”, que são construções que eu usaria, não sei se é o caso do seu texto.
    Não me dei ao trabalho de analisar qual eu usaria, eu só queria saber de você sobre o uso que fez.
    Se estiver correto, é mais um aprendizado que você nos proporciona.

    1. Jaime: vc está correto, é uma das duas formas colocadas pelo dicionário, embora, na linguagem coloquial, à qual recorro com frequência, de acordo com os ensinamentos do Mestre Mário de Andrade, a forma utilizada nesse post seja aceitável, Mas, cá entre nós, foi puro erro de digitação. Não espalhe.
      Obrigado pela atenção e pela correção.

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