Oh-la-lá, que plaisir!

É só ver esse PSG em ação pra gente se derramar de prazer. Refiro-me, claro, a quem gosta de futebol de fato, não esse jogo mais assemelhado ao rúgbi que se pratica por aqui.

Basta dizer que em meia hora de bolar rolando pela Copa da França o PSG vencia o Rennes, na casa do adversário,  por 4 a 0, com direito a dobrar esse placar, pois Neymar meteu uma bola na trave, perdeu outro gol que ele costuma fazer chupando um picolé, Di Maria desperdiçou outra chance  de ouro e Mbappé chutou por cima na cara do gol, logo de início.

Mas, os três trataram de remendar a falha com dois gols cada um, em bolas tramadas com velocidade e talento, quase todas elas com participação fundamental de Neymar, que deu um show à parte, investindo sobre os adversários, lançando, tocando, driblando e até mesmo ajudando aqui atrás quando necessário, roubando bolas na sua defesa.

Com uma única exceção: aquele lançamento de trinta metros, exato, de Tiago Silva para Mbappé no primeiro gol. Coisa de Jair Rosa Pinto, Zizinho, Didi, Gérson, os míticos meias-armadores brasileiros.

E, um detalhe: em todos os gols, exaltou-se o senso de parceria dos jogadores, coisa rara em times tão estrelados.

Aqui, porém, quero abrir um parêntesis para um dos gols de Neymar, num generoso passe de Mbappé dentro da área. Ambos estavam livres de marcação e o francês poderia perfeitamente disparar para gol, mas preferiu servir ao companheiro. Reverencia ao mais velho, caro e célebre parceiro? Desconfio que não – simplesmente, fruto da inteligência desse garoto extraordinário, que se encontrava na diagonal da meta, enquanto Neymar estava no centro, portanto com mais ângulo para o disparo final.

São as mínimas sutilezas que fazem do bom jogador um craque.

Pouco antes, o Barça metia 3 a 0 no Levante, com gol de Paulinho em jogada mágica de Messi, enquanto sua torcida celebrava a chegada do brasileiro Coutinho, o substituto ideal de Neymar nas atuais circunstâncias.

E Coutinho vem se somar a Dembélé, que, enfim, deixou a enfermaria pra entrar em campo e cumprir um bom primeiro tempo.

O diabo é saber como o técnico Valverde vai definir esse time titular do meio de campo pra frente, onde há oito craques pra seis posições: Busquets, Paulinho, Rakitic, Iniesta, Dembélé, Messi, Coutinho e Suárez.

Bem, melhor do que antes, quando o banco do Barça era um deserto.

Há tempo suficiente, porém, pra decidir essa questão.

Mesmo porque, logo em seguida, o Real cavou ainda mais fundo o abismo que o separa do Barça no campeonato espanhol, ao empatar por 2 a 2 com o Celta, com o gol de empate dos azuis saindo nos últimos minutos, depois de Aspas chutar nas mãos do goleiro um pênalti.

O Real que se cuide, pois quem o espera na Liga dos Campeões é nenhum outro senão o PSG de Neymar, Mbappé e cia bela.