Luís Araújo, o óbvio ululante

Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Luís Araújo entrou em campo aos 27 minutos do segundo tempo no lugar de Marcinho. Dez minutos depois, disparou aquela bomba de canhota que o goleiro espalmou espe-ta-cular-mente como berraria o velho locutor das antigas rádios. Mais sete minutos, e eis o menino varando toda a defesa do Avaí, em alta velocidade, aos dribles; passou por quatro, girou na área e bateu: 2 a 0!

Até aquele primeiro tiro de Luís Araújo, o São Paulo vencia por 1 a 0, gol de Pratto logo aos 10 minutos de jogo, mas andava na corda bamba, precipitando-se, errando passes fáceis e praticamente nulo no ataque.

Há no futebol aquele rol de clichês em torno da imprevisibilidade do jogo e tal e cousa e lousa e maripousa. Mas, há também aquilo que Nélson Rodrigues chamava de óbvio ululante.

E, Luís Araújo, meus amigos, é o óbvio ululante – imitando o estilo do genial dramaturgo quando travestido de cronista esportivo.

O garoto é veloz, dribla fácil, tem um petardo naquela canhota, é participativo na marcação, na recuperação de bola, o que mais falta pra ser titular absoluto desse time? Quando assim o era, justamente no período em que o São Paulo de Ceni notabilizou-se pela força de sua artilharia, era também um dos dois principais assistentes da equipe.

De repente, fez duas partidas fracas, juntamente com todo o resto da equipe, e acabou sendo sacado, passando a entrar nos últimos minutos do jogo, quando a situação já estava tão crítica que nem ele poderia salvar a pátria tricolor.

Quem me acompanha neste pedaço sabe que isso virou mote do blog. Logo, não é puro oportunismo do cronista, não. É o óbvio ululante!

E quem não ouve o ulular do óbvio, acaba ensurdecendo com aquele outro grito das arquibancadas que o amigo conhece de cor e salteado.

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