O significado desse Brasil e Uruguai

Foto: Pedro Martins/Mowa Press

Esse Uruguai e Brasil é um joguinho matreiro. Não por causa do resultado, embora baste um empatezinho por zero a zero que estaremos oficialmente classificados para a próxima Copa do Mundo, algo impensável nos sombrios tempos de Dunga, quando nos arrastávamos abaixo da linha de corte.

Tite chegou e revirou todas as expectativas: com uma série surpreendentemente invicta, levou nosso time à liderança e às portas da passagem para a Copa, antes do esperado. E, olhe que praticando o futebol mais agradável dos últimos tempos. O suficiente, pelo menos, para exorcizar da alma do torcedor brasileiro aquela aversão à Seleção que já raiava o ódio.

O diabo é que nunca estamos plenamente satisfeitos; isso faz parte do jogo.

Satisfação plena que  só seria alcançada se o Brasil pegasse um adversário forte, tradicional, de preferência no campo inimigo, e saísse de campo com um desempenho de alto nível, preferencialmente com a vitória no bolso.

Pois, esse é o cenário do jogo desta noite de quinta em Montevidéu.

O Uruguai é o vice nas Eliminatórias não por acaso. E, mesmo sem Luisito Suárez, suspenso, tem lá seus Cavanis da vida pra complicar nossa defesa.

Jogando em casa, sempre foi carne de pescoço (ou seria de cabeça de boi? – não, isso é coisa nossa, muito nossa).

Logo…

Pelo bem, ou pelo mal, ao menos vale observar que o técnico Tite não se rendeu ao apelo do resultado, montando uma equipe altamente defensiva, a fim de assegurar o empatezinho classificador.

Nada disso: vai com uma formação equilibrada nesse sentido, com base na que o trouxe até aqui nos braços do torcedor. Um time sujeito à derrota, claro, Mas, também, um time capaz de vencer e abrir mão do empatezinho maneiro em favor da glorificação da performance. E isso, amigo, é um passo gigantesco em direção à restauração do nosso autêntico futebol.

 

Um comentário

  1. Sim senhor, excelência Alberto.
    Desta vez foi bem coerente em expor lados diferentes da moeda.
    Torcedor satisfeito é aquele que preocupa-se com o bom futebol, e, não necessariamente com a vitória em sí ou o empate classificador.
    Mas, aí vivemos o dilema do “diabo” (conforme suas palavras), pois mais valhe o bom e velho futebol resgatado com vontade e técnica, forte e majestoso, como outrora….e não obter a vitória ou, um futebol atual mediano, com posicionamento rotativo e nenhum “salvador da pátria”, objetivando apenas os três pontos?
    É como acontece com nossos torcedores clubistas, eu mesmo, como corinthiano, prefiro ver meu time jogar “meia-boca” e ser campeão do que um belo espetáculo e ser eliminado da competição.
    É aquela coisa do futebol, a alma do negócio na emoção do imponderável.
    Mas, vamos ver o Brasil de Tite mais uma vez, e, que de fato seja sempre melhor e vencedor, é claro.
    Grande abraço.

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