Saravá, Dunga, o Restaurador!

Salve, salve! Saravá, Mestre Dunga, o Restaurador! Mestre Dunga, o Renovador!

Foram apenas pouco mais de quinze minutos, os derradeiros da partida, mas, finalmente, pela primeira vez nos últimos vinte anos, a Seleção Brasileira voltou a exibir sua verdadeira identidade, revelada num futebol leve, ofensivo, gracioso, inventivo e emp0lgante, digno de suas mais caras tradições.

Com a entrada de Kaká, um meia por talhe e vocação no lugar do volante Elias, depois das demais alterações, o Brasil passou a jogar com apenas um volante – Luiz Gustavo e logo em seguida Souza -, e, de resto, um bando esvoaçante de meias e atacantes hábeis, velozes e sedentos de gol: Everton Ribeiro, P. Coutinho, Kaká, Robinho e Neymar.

Bola no chão, passes exatos, rápidos, movimentação constante de todos os jogadores, mais dois gols, e outras três chances claras desperdiçadas por um triz.

Isso, sem que o time perdesse a capacidade de marcação e tal e cousa e lousa e maripousa, todo esse discurso medroso dos pragmáticos de plantão que somos obrigados a engolir dia após dia, durante duas décadas de puro tédio.

Sim, sei bem que o Japão não é lá essas coisas, embora não seja nenhuma galinha morta, e que o jogo já estava decidido com aqueles dois golaços de Neymar, em passes precisos de Tardelli, no primeiro, e de P. Coutinho, no segundo. Mas, sempre é uma réstia de luz no sombrio caminho que trilhávamos até então. Serviu, ao menos, para mostrar ao técnico e aos céticos que, si, se puede livrar-se desse mal dos dois volantes, amém.

Assim como abdicar de vez do tal centroavante fixo, que pouco participa do jogo coletivo, do toque de bola, da troca de posições que subverte a marcação adversária e cria espaços onde só havia congestionamento. Com atacantes como Tardelli, que fez mais um jogo exemplar até ser substituído por Robinho, por exemplo.

E, claro, tudo isso ganha outra dimensão quando se tem Neymar, autor dos quatro gols – dois de arrancadas na hora certa, um de rebote e outro de cabeça. Sobretudo, um Neymar solto pelo campo, livre das amarras da ponta-esquerda a que esteve atado durante muito tempo, pois, nesse tipo de formação da equipe, sempre haverá alguém habilidoso o suficiente para lhe dar respaldo.

Confesso que, nesse sentido, Dunga me surpreendeu. Gratíssima surpresa, à qual agradeço, se me permitem, em nome do autêntico futebol brasileiro.

 

1 comentários

  1. Grande mestre e saudoso Alberto Helena, quer uma centelha de esperança sobre esse seu post? veja esse trechinho da coletiva pós jogo de hoje do “Dunguinha Ex Paz e amor”. Abraço

    “VARIAÇÕES TÁTICAS
    Na Copa do Mundo, tomei café com o Arrigo Sacchi (técnico italiano de futebol), estudei nesses três anos que fiquei fora, li bastante, observei jogos. Hoje, começamos com duas linhas de quatro. Depois, modificamos para dois volantes e três meias. Jogamos com losango e, no final, sem atacantes, com todos no meio e só o Souza de volante. Gostei de todas, mas, principalmente no fim, só com jogadores no meio, criamos quatro ou cinco oportunidades.”

    Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2014/10/dunga-revela-que-gripe-ajudou-neymar-fazer-quatro-gols-em-vitoria.html

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